quarta-feira, 19 de setembro de 2018

"O MISTÉRIO DO RELÓGIO NA PAREDE", um filme infantil new gothic


Por Eddie Van Feu
Um garotinho perde os pais e vai morar na casa bizarra do tio esquisito que tem uma vizinha estranha. Em pouco tempo, ele descobre que o tio é um warlock, um feiticeiro, e enquanto recebe visitas em sonhos de sua mãe morta, ele precisa se adequar a uma nova escola com crianças irritantes e aprender magia com o tio.

O filme é baseado no livro gótico “The House with a Clock in its Walls” e dirigido por Eli Roth ('O Albergue'), contando com Cate Blanchet e Jack Black nos papéis principais.

O filme é bonito. Os efeitos são ótimos e o jovem Owen Vaccaro, que parece o irmão mais novo de Dylan Minnetti, o Clay de 13 Reasons Why, dá um show à parte.

Os conceitos de magia que o filme traz são muito interessantes e quem gosta, vai reconhecer, como reconheceu em Dr. Estranho. Ter uma boa base para escrever uma história é sempre algo que fortalece a estrutura do filme. Algumas cenas são especialmente assustadoras para os mais sensíveis (mas não para mim, que cresci assistindo A Profecia, A Troca e Poltergeist), e particularmente eu acho que a criançada vai adorar.


No meio do filme, as coisas parecem sair um pouco do controle, como se algum produtor tivesse chegado e dito: “Tem que ter mais isso! Mais aquilo!”. Então, o drama que dava belos tons de nuvens cinzentas à história dá lugar a bobagens, como uma versão bebê de Jack Black com a cabeça enorme do Jack Black adulto (e aquilo foi um erro. Sério.).

O drama de se perder uma família é algo que tem que ter peso em qualquer história. Você se lembra de O Anjo Malvado? Lembra de quando o personagem de Elijah Wood acha que vê a mãe que morreu de câncer, mas é sua tia, e ele se aninha nos braços dela em uma cena linda e emocionante? Então, isso foi o que faltou em O Relógio... Todas aquelas pessoas sofreram perdas terríveis e eram material precioso para cenas inesquecíveis. É como se o filme não se decidisse entre ser uma história boba ou algo mais profundo. A escolha de Jack Black também poderia ter sido repensada para o papel. Eu gosto muito dele no humor, mas ele não segura um drama. Bom, ao menos não segurou esse.

Mesmo assim, a história e divertida e, se você não ficar pensando no quanto ela poderia ser melhor, vai se divertir. E as crianças também!

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