Por Gabriel Maia
Em
Guerra Civil II tivemos a Capitã Marvel, e seu time, lutando contra o Homem de
Ferro, e seu pessoal. Novamente Tony está no centro de uma grande divisão
heróica, mas desta vez ele opta pelo lado mais sensato. A briga é pelo inumano
Ulysses que pode prever o futuro e começa a ajudar os heróis a evitarem muitos
problemas, porém, a Capitã Marvel começa a se tornar obcecada com “evitar
tragédias” e começa a se atrapalhar ocasionando outras tragédias, sem falar
que, a medida em que os poderes de Ulysses aumentam, ele passa a prever várias
linhas temporais, ou seja, não necessariamente do futuro da linha temporal onde
eles estão.
Ulysses
começa vendo o futuro de uma linha temporal, e acaba podendo ver os vários futuros
possíveis sem saber qual é o que ele está.
A
briga se estende de uma forma que Bruce Banner acaba sendo morto pelo Gavião
Arqueiro a pedido do próprio Bruce caso o Hulk tivesse risco de sair do
controle.
Porém,
é aí onde entra o novo Hulk.
É
conhecido o poder de regeneração do Hulk, mas agora o gigante esmeralda vai
demonstrar algo surpreendente: o Hulk não pode morrer. Ele volta desta “morte”
regenerando os tecidos, e demonstra que pode se regenerar até mesmo após ser
feito em pedaços e tendo suas partes separadas. Ele mostra nível de controle
sobre as partes ainda separadas e as reúne.
Além
disso ele pode absorver grandes quantidades de radiação, podendo aumentar
seu poder, realmente, sem limites.
Mas
essas duas não são as únicas novidades sobre o personagem. O Hulk passa a
exibir um descontrole que nunca exibiu antes, ele mistura insanidade e
crueldade com inteligência. Este parece ser, inclusive, o início de uma versão
sua conhecida como o Maestro, que aparece no especial “Futuro imperfeito”.
O
Hulk é o personagem criado para mostrar nosso lado mais primitivo, mais sombrio
e descontrolado da humanidade, ele é nosso lado bruto e irracional. Mas agora
ele representa também o lado insano e cruel do homem.
Este arco de Guerra civil II joga na mesa alguns pontos a se discutir, um deles é a ideia de prever o futuro. Algumas pessoas acham que o futuro é uma linha imutável e, ao prevê-lo só irá ver algo que não há como fugir. Outras acreditam que é possível mudar.
Entretanto, a ciência diz que as várias linhas temporais são os vários universos possíveis em pleno andamento e ver o futuro não necessariamente induz que seja o nosso futuro, porém, interferir no andamento dos acontecimentos pode fazer-nos caminhar a determinado futuro.
Confuso?
Pensemos assim: o Hulk estava sob controle de Banner. Ulysses viu uma cena onde um Hulk descontrolado destruía todos os heróis.
Até aquele momento o Hulk estava controlado e tinha um currículo... razoável de ajuda aos heróis sendo um incompreendido. Se Bruce tivesse sido deixado em paz era possível que isso continuasse assim. O Hulk continuaria estando sob controle sendo uma boa ajuda esporádica. Ao interferir nisso, tentando matar Banner, surgiu exatamente o Hulk descontrolado que temiam.
Muitas vezes criamos o futuro que tentamos evitar, não por ser um caminho imutável, mas por serem linhas temporais possíveis e lidar com elas é mais complexo do que parece.
É
comum termos personagens que se descontrolam, ou seguem um caminho não muito
bom, e depois se arrependem vindo ao caminho da redenção, mas as atitudes do
novo Hulk, incluindo o canibalismo, tornam ele um possível grande inimigo dos
heróis.
Quem
antes era um incompreendido e depois se tornou herói, agora é um inimigo que
representa uma ameaça sem limites.
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