segunda-feira, 4 de março de 2019

SUPER-HERÓIS BRASILEIROS



Por Gabriel Maia
É muito comum eu comentar que meu herói preferido é o Homem-Aranha, e citar outros de quem gosto como: Super-Homem, Batman, Homem de Ferro, Capitão América, e alguns desconhecidos como o Gatuno. E é também muito comum eu ouvir a frase: "ah, mas você só gosta de super-herói estrangeiro? Não gosta de nenhum nacional?" e começar aquele discurso que você também já deve ter ouvido, mas adaptado a outras situações.
Como por exemplo estar comprando coisas para seu bichinho de estimação e alguém dizer: "ah, mas tanta criança na rua precisando e você gastando tanto com um bicho...".
Ou comprar coisas as quais você gosta de comer, ou usar, e ouvir: "tanta gente na rua precisando...".
E tantas outras situações.
Bem, pessoas assim normalmente não fazem o que elas "cobram". Pessoas assim nunca ajudaram ninguém, ou fizeram metade do que elas mandam de indireta.
Um exemplo?
Quando me perguntam por que eu não gosto de nenhum super-herói brasileiro eu pergunto "qual herói você gosta/conhece pra me apresentar?", e essas pessoas não conhecem nenhum. Porque o que elas gostam mesmo é só de reclamar.
Neste momento costumo dizer: "bom, heróis brasileiros eu gosto da Velta, Meteoro, Lagarto Negro, Pétreo, Aline & Perseu, A tribo....".
E essa pessoa emudece.
Na verdade muitas pessoas não conhecem os super-heróis brasileiros, ou nem mesmo sabem de sua existência.
O mercado no Brasil (para tudo, não apenas quadrinhos) é muito difícil devido as imposições do Estado sobre ele, e isso dificulta muito as publicações de HQs e até mesmo o trabalho dos artistas na criação de histórias uma vez que não temos o hábito de cultivar a leitura como fazemos com outras atividades.
Mas calma, não estou criticando ou condenando nossa cultura, apenas comentando que precisamos conhecer e incentivar mais áreas dela.
Estes dias, por exemplo, eu estava procurando a revista mensal do Homem-Aranha (sim, eu compro física, não gosto de ler online) e esbarrei em duas publicações nacionais.
O herói Amanhecer com super poderes derivados de uma organização que tentava criar uma arma brasileira para fazer frente aos demais países, e o A.R.A.R.A. um herói com um arsenal na armadura.
A revista conta com poucas páginas (provavelmente devido aos custos de produção), por isso a história é um pouco apertada, mas não deixa de ser boa. O texto é atual, os heróis tem muito potencial e na primeira aventura vão enfrentar um... monstro gigante? Ok, vamos dar uma chance mesmo com essa ameaça esquisita...!
Comprei as duas edições e digo novamente que precisamos de um mercado mais livre para as produções. 
Com mais liberdade no mercado tenho certeza de que nossos heróis teriam mais condições de serem levados a todos com um valor acessível e muito mais qualidade no trabalho, mas eles precisam de nós. Nossos heróis precisam de nós.


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