Há bem pouco a se falar de Dom Flowers. Ele nunca fez grandes aparições, nunca protagonizou grandes escândalos e nunca escreveu asneiras em redes sociais; mesmo que estivesse vivo hoje, não acredito que o fizesse.
Veio ao mundo em 1908, pela cidade de Custer City, Oklahoma. Assim ele conheceu não só duas guerras mundiais, como também uma evolução dramática da moda e dos costumes. Como assim vocês não conhecem Custer City? Que absurdo, de que planeta vocês vieram? Provavelmente do mesmo que eu, porque também não conhecia, mas cliquem aqui e conheçam.
Foi influenciado pelas pin-ups, como quase todos os artistas da época, e fez parte de sua fala glamurizando as garotas em seus traços limpos e elegantes, o que se refletiu em seus cartuns em desenhos que uniam com maestria a sensualidade da época, em doses racionais, ao bom senso de moda e elegância, salpicando seu humor cortante para satirizar o cotidiano.
Como é comum com os cartunistas da época, os trabalhos dele dão um banho de moda e elegância nas grifes de hoje. Mais do que isso, suas garotas são facilmente reconhecidas, mesmo tendo influência da estética estilística dos anos 1930 até 1960. Ter personalidade em um ramo que pasteuriza os traços é para poucos. Infelizmente a única página em sua memória é uma conta no facebook, mas é rica e sempre tem um trabalho dele publicado todos os dias.
Nos deixou relativamente jovem, mesmo para a época, prestes a fazer sessenta anos, há quem diga que foi de propósito, que a morte teria lhe perguntado se ele queria comemorar um último aniversário, teria respondido "Não, eu quero deixar uma última piada! Me leve agora"! Em 1968 ele deixou todo mundo com cara de tacho, falecendo antes de completar sessenta anos e inutilizando os preparativos de sua festa. Deve estar rindo no céu até hoje.
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