Por Ricky Nobre
As histórias sobre imigrações, particularmente sobre as
diversas comunidades que migraram para os EUA, é um tema vastamente explorado
no cinema. Aspectos como os desafios na jornada, o preconceito sofrido e os
conflitos culturais são os mais comuns em diversas obras. Brooklyn fala, mais do que de adaptação, sobre pertencimento, sobre
ter um lugar no mundo e qual o papel de suas raízes e de suas ações na
construção de quem você é.
Esta produção conjunta entre Irlanda, Inglaterra e Canadá
fala de Ellis, jovem irlandesa que, sem perspectivas na pequena cidade onde
vive, muda-se para os EUA em 1952 e vai morar no Brooklyn, com a ajuda de um
padre (a participação das paróquias não apenas na migração, mas na conexão
entre os imigrantes e a terra natal é bastante curiosa). Inicialmente deslocada
e profundamente introvertida, onde a falta da mãe e da irmã pesa o coração,
Ellis vai se sentindo cada vez mais à vontade e feliz conforme avança no
trabalho, estudos e relacionamentos. Um incidente, porém, a deixará numa corda
bamba entre sua nova vida e a antiga, na distante Irlanda.
A jovem Saoirse Ronan, a brilhante menina de Desejo e Reparação, domina esse filme
simples que causou ótimas impressões por onde passou. Ainda no início de 2015,
quando estreou no festival de Sundance, foi aplaudido de pé e arrematado pela
Fox para distribuição americana e em outros territórios por vultosos 9 milhões
de dólares (que praticamente cobriu o custo de produção de 10 milhões) e, quando
estreou em seu país de origem, foi o maior lançamento cinematográfico da
Irlanda. De fato, é um bom filme, rodado com bom gosto, porém sem grandes
brilhantismos que justifiquem tamanha celeuma. A delicadeza e precisão do
trabalho de Ronan pode justificar tamanha simpatia do público, inclusive quando
as dúvidas da personagem possam gerar julgamentos por parte de alguns.
Não há do que reclamar de Brooklyn. É um bom filme e recomendável. Mas daí a melhor filme do
ano... já é um salto enooorme...
Detalhe: se puder, evite o trailer. Conta o filme INTEIRO!
INDICAÇÕES AO OSCAR:
Melhor filme
Atriz: Saoirse Ronan
Roteiro adaptado: Nick Hornby, baseado no livro de Colm
Tóibín
Um comentário:
Vimos esse ontem e o sentimento foi justamente esse. Uma história bonitinha e só.... O produtor deve ter feito uma macumba muito boa pra poder entrar no Oscar.
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