quarta-feira, 24 de maio de 2017

HOMENS MORTOS CONTAM ÓTIMAS HISTÓRIAS! CRÍTICA DE PIRATAS DO CARIBE: A VINGANÇA DE SALAZAR

Por Eddie Van Feu



Piratas do Caribe chegou com poucas expectativas, em 2003, com A Maldição do Pérola Negra. Ninguém esperava muito de um filme baseado em um brinquedo da Disneylândia, mas o filme surpreendeu e rendeu mais duas ótimas sequências ágeis, divertidas e com visual cativante. Jack Sparrow virou um personagem icônico instantâneo e presença comum entre os cosplayers de eventos de quadrinhos e cinema. Piratas já tinha se tornado minha trilogia favorita quando veio o quarto filme, com nova direção, novo roteirista e total decepção. Mas o público compareceu e Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas, arrecadou mais de um bilhão de dólares. Com isso, já era certa uma sequência.



Só que a Disney perdeu 190 milhões com o Cavaleiro Solitário, onde Johnny Depp fazia um Tonto tão afetado quando Jack Sparrow. Com isso, os planos para um quinto Piratas foram suspensos. Até agora!




A Vingança de Salazar, título pouco inspirado e meio óbvio dado ao filme por aqui (no original, Dead Men Tell No Tales, Mortos Não Contam Histórias) passou por diversas mudanças até os acertos finais. Graças aos Deuses, os roteiristas do quarto, Terry Rossio e Ted Elliot, não estavam envolvidos (embora Rossio estivesse trabalhando em um roteiro para o quinto filme a pedido da Disney). O roteiro ficou a cargo de Jeff Nathanson e a direção ficou com a dupla norueguesa Joachim Rønning e Espen Sandberg.

A ideia era aproximar o quinto filme do clima do primeiro e é basicamente o que acontece. Revemos personagens nove anos depois das escolhas que os levaram aos seus caminhos. Jack Sparrow continua pensando em si mesmo e tomando as piores decisões, vivendo em um momento de total falência, Barbosa prospera em sua frota de navios piratas e reencontramos até dois velhos e divertidos soldados ingleses. Conhecemos também o filho de Will Turner (Orlando Bloom), que, como seu pai no primeiro filme, move a história adiante. Temos uma astróloga decidida que também se mostra uma peça importante para encontrar o tridente de Netuno, artefato mítico que quebraria todas as maldições.

A versão fantasmagórica e vingativa de Javer Bardem é convincente.

No caminho desses heróis disfuncionais, o antagonista se destaca. Javier Bardem encarna o Capitão Salazar e sua tripulação incrivelmente comprometida a matar tudo o que cruzar seus caminhos.
A história é divertida, o roteiro é amarrado e os diálogos são ágeis e ácidos, como nos bons tempos, e quase podemos fingir que o quarto filme não aconteceu. É ótimo rever todos em boa forma, com grandes efeitos e aventura pitoresca.


Porém... Sim, tem um porém! Mas talvez poucos notem. Quando saímos do glamour do filme e colocamos a história em um contexto, a coisa fica meio estranha. O vilão é um capitão da marinha espanhola que massacra piratas, determinado a acabar com todos eles, pois os vê como uma praga dos mares que espalha morte e destruição. Então... Sem querer ser chata, os piratas ERAM UMA PRAGA DOS MARES QUE ESPALHAVAM MORTE E DESTRUIÇÃO. Claro que nós amamos histórias de piratas, porque todos gostamos da anarquia e do romance proibido que eles evocam. Mas eles eram criminosos! Eram assassinos, estupradores, homens sem moral e saqueadores. Se aparecesse um Capitão Salazar determinado a exterminar todos os bandidos da minha cidade (ou do congresso...), ele seria meu herói! Jack Sparrow é ótimo e tem seu charme, adoro Barbosa, mas ambos perderiam minha simpatia se atacassem meu navio ou cidade e roubassem tudo o que eu tinha.


Voltando a falar do filme, a nível de fofoca, houve muitos problemas com Johnny Depp durante as filmagens. Aparentemente, o ator levou muito a sério essa história de entrar no personagem e vivia bêbado, atrasando o trabalho e até fazendo todo mundo mudar a agenda.

Se Johnny Depp teve problemas com bebida ou não durante as filmagens, só podemos supor. Mas nada comprometeu seu desempenho como Jack Sparrow.

Além do próprio Depp, todo mundo estava animado em voltar ao universo de Piratas do Caribe e fizeram um grande trabalho. O filme é garantia de diversão e você não vê o tempo passar, com cenas tocantes e bonitas. O elenco estava ávido para voltar às aventuras mágicas dos Sete Mares. Acredito que o público também. Se puder escolher, prefira a versão legendada. A Disney resolveu substituir o dublador Marco Antônio Costa que dubla Johnny Depp desde Anjos da Lei porque ele cometeu a ousadia de pedir um aumento. Por essa pão-durice e falta de senso, o público perde parte importante do personagem.

Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar estreia nessa quinta-feira em todos os cinemas! Esqueça o salva-vidas e se atire nesse mar!

Serviço:

PIRATAS DO CARIBE: A VINGANÇA DE SALAZAR

Gênero: Aventura e Ação
Duração: 129 minutos
Elenco: Johnny Depp, Javier Bardem, Brenton Thwaites, Kevin R. McNally, Kaya Scodelario, Golshifteh Farahani, Stephen Graham, Orlando Bloom, David Wenham e Geoffrey Rush
Diretores: Joachim Rønning e Espen Sandberg
Produtor: Jerry Bruckheimer
Produtores Executivos: Mike Stenson, Chad Oman, Joe Caracciolo, Jr., Terry Rossio, Brigham Taylor
Roteiro: Jeff Nathanson
Fotografia: Paul Cameron
Montagem: Roger Barton e Leigh Folsom Boyd
Música: Geoff Zanelli


COTAÇÃO:




Eddie Van Feu ficou mais feliz vendo o filme que Jack Sparrow ganhando dinheiro e já espera a sexta aventura com sua roupa de pirata.




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