por Eddie Van Feu
Quatro jovens cruzam com o fantasma de uma menina e uma das moças resolve levar uma boneca velha pra casa, acreditando que poderia haver uma menina perdida nas imediações. A partir daí, todos começam a vivenciar terríveis sequestros mentais que os levam para um local escuro com um fantasma medonho e precisam desvendar o mistério por trás dessa aparição. A Primeira Comunhão chega aos cinemas brasileiros dia 30 de março.
O filme dirigido por Victor Garcia e com roteiro de Guillem Clua e Alberto Marini aponta para a nova tendência de investimento em filmes de terror do cinema espanhol e o trailer investe numa antiga lenda que praticamente todo o lugar tem: a mulher de branco.
Por vezes é uma noiva que surge em estradas desertas no meio da noite. Outras vezes é uma mulher misteriosa vestida de branco. Dessa vez, temos uma menina com roupas de primeira comunhão, carregando uma boneca medonha e levando a maldição a quem cruza seu caminho.
O elenco é muito bem escolhido. Todos são convincentes e lindos de se ver. A ambientação nos anos 80 sempre funciona, embora aqui seja apenas um recurso para se escapar dos celulares que tornam qualquer comunicação imediata. Não, meus amigos! Nos anos 80 a gente tinha que andar quilômetros atrás de um orelhão que funcionasse, ou ir com suas perninhas até o lugar pra ajudar alguém. Também não tinha aplicativo, então quem não tinha carro – quase todo mundo – dependia de caronas suspeitas. Quem nunca ficou refém de carona pra voltar pra casa levanta a mão aí!
E é justamente numa dessas aventuras que só fazemos quando somos jovens e burros que as amigas Sara (Carla Campra) e Rebe (Aina Quiñones) vão, de carona, para uma festa longe da pequena Tarragona, cidadezinha aonde Sara e família acabaram de chegar. Na volta, perdem a carona da ida e acabam tendo que aceitar a carona de Chivo (Carlos Oviedo), um pra lá de suspeito vendedor de drogas local e o bonitinho demais da conta Pedro (Marc Soler). E é aí que cruzam o caminho de uma menina vestida de branco e encontram uma boneca sinistra. Sara resolve levar a boneca pra casa, porque ela nunca viu um filme de terror na vida, e a partir daí todos começam a ser perseguidos por um fantasma que sequestra seus espíritos e os leva a lugares úmidos e frios, enquanto tenta afogá-los. Os corpos, enquanto isso, ficam em um estado catatônico.
Os jovens precisam lidar com seus pais, Rebe, que tem um estilo rebelde meio Amy Winehouse, tem um pai bêbado e violento, enquanto o diálogo não é prato do dia na casa de Sara. Ao mesmo tempo, eles precisam descobrir o mistério dessa menina para tentar salvar as próprias vidas.
Bem ambientado e com um elenco simpático, o texto é convincente e a história nos prende até o final. Os sustos são garantidos, mais do que o suspense, que não chega a ser tão trabalhado. O vilão possui super poderes exagerados, dando pouca chance para os mocinhos, o que sempre me incomoda por parecer não só uma luta injusta, mas uma preguiça do roteiro. Mas esse não foi o maior problema do filme, que é justamente o final, onde se tenta um ponto de virada, mas sem escopo, sem explicação, apesar de criativo. Se tivesse terminado dois minutos antes, teria sido um filme muito melhor.
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