quarta-feira, 13 de setembro de 2017

AMITYVILLE: O DESPERTAR - VERSÃO ADOLESCENTE QUE ASSUSTA

por Eddie Van Feu

Como rata de filme de terror desde criancinha (gosto herdado da minha mãe), eu achei que tinha visto todos os filmes de Amityville, até descobrir que não. São 12 filmes inspirados na casa onde ocorreu uma escabrosa história de homicídio em um subúrbio americano. O filho mais velho da família Defoe matou a tiros de carabina toda a sua família em 1974. Ele já tinha envolvimento com drogas antes, mas há vários detalhes estranhos nesse crime terrível. A casa na Avenida Ocean, número 112, ganhou fama de esquisita e, vamos combinar, com razão. Até o casal Warren (de Invocação do Mal #1 e #2) chegou a investigá-la, assim como uma série de outros médiuns e caça-fantasmas.




E eis que chega aos cinemas o 13º filme sobre a casa mais famosa do mundo. Amityville: O Despertar estava previsto para chegar em junho aos cinemas, mas acabou sofrendo atrasos e estreando nas telas em setembro. E o que esperar de mais esse filme de Amityville?



Vamos lá, a primeira coisa que vou lhe dizer é que o filme é bem interessante, com um alto nível de tensão e bons sustos, o que se espera de um bom filme de terror. Não é uma prequela, nem um reboot, mas uma história completamente nova nos dias de hoje. Uma nova família se muda para a fatídica casa. Uma mãe obcecada em manter um filho com morte cerebral em estado vegetativo consigo e suas duas filhas negligenciadas por esse amor doentio passam a viver momentos de pesadelo alternados com confusão mental e esperança, pois o irmão com morte cerebral começa a exibir melhoras. O filme é mais centrado na filha mais velha que acaba dando o tom de filme adolescente para a trama.




O filme é bom, com uma história intrigante e momentos de tensão genuína. Chegam a fazer menções aos filmes anteriores e um dos raros momentos de humor. O roteiro é bem legal e fiel ao que conheço do mundo místico/espiritual. Sempre que uma história se baseia em algo estudado ela ganha mais credibilidade. Os efeitos são perturbadores em alguns momentos e o fato de ter uma pessoa em estado vegetativo definhando em uma cama acaba sendo mais aterrorizante do que qualquer demônio.

Mas podia ser melhor. Falta humor e personalidade em quase todos os personagens. O melhor é Terrence, interpretado por Thoman Mann, personagem muito parecido com o Noah de John Karna da série Scream. Jennifer Jason Leigh está ótima como a mãe maluca obcecada, mas temos vontade de dar um soco nela. Já Bella Thorne está chatinha que só ela como a adolescente problemática. No fim das contas, o elenco não tem muito o que fazer sem texto. O filme não escapa de alguns clichês, mas é perdoável. O final é meio corrido e a explicação é narrada de forma pouco criativa, parecendo que foi feito às pressas.



O saldo é positivo! É um bom filme de terror que teria ganho muito com um texto melhor e personagens mais carismáticos. Fugir da velha história que todo mundo já conhece do maluco possuído que mata a família foi o maior acerto dessa versão 2017. Ah, sim! A versão dublada está muito boa e não aconselho a ver o trailer. Além de cenas que não existem no filme, ele fala demais. Vá na surpresa!

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