quinta-feira, 29 de setembro de 2011

LOBOTECA: resenha de "O menino do pijama listrado"

  por Brunna Soares / Bruh Jolie

 Olá pessoal! Como vocês estão? Espero que todos estejam bem e lendo bastante. Hoje vou fazer a resenha de um livro que me emocionou, preparados?


  Meu primeiro contato com a história foi através do filme. Já tinha ouvido comentários sobre O menino do pijama listrado e numa tarde qualquer fui na locadora alugá-lo. Me emocionei com a história e fui ler o livro.


  O livro conta a história de dois meninos aparentemente diferentes que se tornam grandes amigos, Bruno e Shmuel. Bruno, um menino alemão de 9 anos, tem uma vida boa e uma casa confortável em Berlim. Ele mora com seu pai, um graduado militar alemão, a mãe, que cuida da casa e dos filhos, e Gretel, sua irmã mais velha a quem ele apelidou de "Caso Perdido".


  Um "belo dia", ao voltar da escola, Bruno vê a criada Maria arrumando suas coisas e fica sem entender nada. Sua mãe lhe explica que eles estão de mudança devido ao trabalho de seu pai. Ele nunca tinha entendido o trabalho de seu pai, o que ele fazia... Tudo o que ele sabia era que seu pai era uma pessoa importante, usava um uniforme bonito e que o "Fúria" tinha grandes planos para ele. (No livro, Bruno não consegue falar "Führer" corretamente, sempre sai "Fúria". Para quem não sabe "Führer" era como Adolf Hitler era comprimentado entre os soldados alemães.)


  Claro que Bruno não gosta nada da ideia já que sempre morou naquela casa, onde gostava de brincar de explorador e escorregar no corrimão da escada. Ele sofre com essa mudança tão repentina, principalmente por deixar pra trás seus melhores amigos, Karl, Daniel e Martin. "Mas eles são os três melhores amigos da minha vida toda", diz Bruno para sua mãe. Tudo em vão, já que eles se mudam assim.


  No seu novo quarto ele nota a presença de uma pequena janela e ao olhar através dela vê "crianças e fazendeiros de pijamas". Solitário ele se anima a brincar com as crianças, mas nota algo de estranho naquelas pessoas. Ao indagar seus pais ele permanece sem respostas...


  Entediado, Bruno resolve fazer um balanço com um pneu velho e se acidenta. Pavel, "o descascador de batatas" o socorre e trata de seu machucado. Nesse momento ficamos sabendo um pouco desse personagem tão triste e calado, Pavel era médico antes de ser pego pelos nazistas...


  Cansado de seu restrito espaço de brincar, Bruno resolve ir além e é aí que a história realmente começa.



  Depois de correr, correr e correr Bruno se depara com uma enorme cerca e encontra a tal "fazenda". Do outro lado da cerca um menino magrinho, sujo e careca o observa. É Shmuel, "o menino do pijama listrado". Shmuel é um menino polonês da mesma idade de Bruno e que, coincidentemente nasceu no mesmo dia que ele, mas cuja vivência é muito, na verdade, totalmente diferente da de Bruno. Shmuel é judeu, feito prisioneiro dos nazistas junto com a sua família. Triste e anêmico, ele é a antítese de Bruno. Enquanto Bruno é saudável e cheio de vida e curiosidade, Shmuel é calado, medroso e assustado, transparecendo os horrores pelos quais já passou.


  Em suas inocências Bruno e Shmuel trocam experiências e nós percebemos as entrelinhas. Na verdade Shmuel está preso em um campo de concentração, o temível e terrível campo de concentração Auschwitz. (Essa é outra palavra que Bruno não consegue falar corretamente, saindo sempre "Haja-Vista")


  Sempre que pode Bruno vai visitar Shmuel, levando-lhe algo de comer. Numa dessas visitas ele descobre que Shmuel é judeu, mas a amizade fala mais alto e ele não se afasta de Shmuel.


  Bruno vê sua vida mudar mais uma vez quando fica sabendo que vai se mudar novamente. Ele se desespera, já que não quer deixar o amigo. Conversando com Shmuel ele descobre que o pai dele sumiu com outros homens... Como está prestes a se mudar decide ir para o outro lado ajudar o amigo a procurá-lo.


  No dia seguinte ele vai para a cerca e Shmuel o está esperando com um pijama extra. Bruno veste o pijama e juntos eles cavam um buraco para Bruno passar. Mesmo com medo e vontade de ir embora ele decide ficar para ajudar o amigo. Até que algo estranho acontece... Os meninos se veem sendo arrastados com outros homens (todos judeus). Eles se despem e vão para uma sala pequena e apertada onde são mantidos presos. O que acontece a seguir me faz chorar e eu vou deixar pra vocês descobrirem quando lerem, embora não seja difícil imaginar o que aconteceu...


  O menino do pijama listrado explora a ingenuidade das crianças ante o horror do Holocausto e chega a ser chato nos momentos em que Bruno, uma criança tão inteligente, não percebe o que está acontecendo ao seu redor. Outro fato curioso é que seu pai, sendo um militar alemão, não o incentiva nem explica seus ideais. Também não é citada a Juventude Hitlerista, onde os jovens de 10 anos deveriam se alistar e iniciar sua doutrinação. Tudo bem que Bruno tem 1 ano a menos, mas... é um fato que não deveria ter ficado de fora, já que seu pai é um militar importante e ficaria muito orgulhoso em ver seu filho seguindo o mesmo caminho que ele, concordam? Tirando esses furos é um bom livro, recomendo. Nos faz refletir sobre os horrores  da Segunda Guerra Mundial e a perseguição aos judeus sob o ponto de vista de duas crianças inocentes.


Curiosidades   

- O filme escrito e dirigido pelo inglês Mark Herman, baseado no livro de John Boyne, não foi muito bem recebido pelas críticas e pelas pessoas que já tinham lido o livro. Muitos acharam comercial demais por ser todo em inglês, outros acharam o filme sem pé nem cabeça, já que muita coisa mudou no roteiro. Particularmente eu gostei, embora muitas coisas desaparecem para outras surgirem.


 Bom gente, por hoje é só! Desculpem a demora, minha vida tá meio louca na verdade. Espero que tenham gostado! Deixem seus comentários para eu saber o que acharam.
  Beijos e até a próxima!

2 comentários:

Eddie disse...

Já tinha ouvido falar desse livro e fiquei com vontade de ler! Só espero que sua resenha não tenha entregado mais do que deveria! Mesmo assim, ele está na minha lista! Valeu!

Jonathan Andrade disse...

Boa noite... Realmente, o livro é emocionante e o filme idem. Ele aborda a amizade de modo muito comovente, num filme onde percebemos problemas reais como Violência, abuso de poder e tantas outras barbaridades. É crucial vermos as cenas finais, com o horror do holocausto que enche nossos olhos de lágrimas. Adorei o post! Deu até vontade de ler(assistir) novamente.