quinta-feira, 6 de setembro de 2012

GRIMM – O caça-qualquer coisa


Por Eddie Van Feu
Patrícia Balan, que tá devendo matéria e sumiu do mapa porque sabe que vou persegui-la como um Grimm, já tinha previsto que esse fenômeno do mundo da fantasia iria reinar soberano pelos próximos 16 anos, enquanto durar o trânsito de Netuno em Peixes. O resultado é naturalmente sentido na mídia. Séries, filmes e livros com temática fantástica estão em alta! Que bom!!!
 
Hoje eu vou falar de Grimm, série da NBC com um elenco de ilustres desconhecidos que gira em torno dos contos de fadas. Dos mesmos produtores de Once Upon a Time, a comparação é inevitável, já que as duas séries falam da mesma coisa. Porém, elas não poderiam ser mais diferentes!


Deixemos para falar da segunda numa outra matéria e vamos nos ater a Grimm. A série estreou em 2011 e conta a história do detetive de polícia Nick Burkhardt que herda de repente o dom de ver a verdadeira forma de algumas pessoas que não são exatamente pessoas. Numa espécie de “Eu vejo gente que não sei se está viva, morta ou se é gente”, ele descobre aos trancos e barrancos que é um Grimm, uma espécie de caçador de criaturas bizarras que vivem entre humanos desde que o mundo é mundo e teriam originado as fábulas e contos de fadas.

O Lobo Mau Monroe que faz pilates, yoga, toca violoncelo e é vegetariano é o novo amigo (relutante) de Nick em sua recém-descoberta carreira de Grimm.

O problema é que Nick não sabe nada, não tem super poderes, não tem ideia do que está acontecendo e é quando ele tropeça no Lobo Mau Monroe (interpretado por Silas Weir Mitchell, figuraça). Numa parceria inesperada, eles acabam se tornando amigos e Monroe o ajuda nos casos que envolvem um wesen, ou seja, todos. Ao mesmo tempo, Nick tem que esconder sua identidade do parceiro Hank Griffin, interpretado por Russell Hornsby, e da namorada Juliete Silverton, interpretada pela bonitinha Bitsie Tulloch.

Está sendo um começo turbulento para nosso herói, mas com uma pequena ajuda dos amigos, as coisas vão melhorar!

Nick é interpretado pelo lindinho David Giuntoli e tanto personagem quanto ator são muito cativantes, o tipo de cara legal que você quer ter como amigo, vizinho, namorado, marido, irmão, enfim, o pacote completo. O problema é que ele é muito indefeso para um ser que deveria sair matando um monte de gente por aí. Ele também tem bom coração, o que o faz ser um Grimm diferente do esperado pelos wesen (nome genérico para todas as criaturas). A maioria quer fugir dele, mas quando percebe-se que ele não é assim tão mau quanto um pica-pau, acabam ficando amigos. Durante a série, Nick vai colecionando um estranho pack de amigos bizarros, mas muito úteis nos casos que ele tenta resolver. Enquanto isso, seu chefe, interpretado pelo sexy Sasha Roiz, se mostra um personagem interessantemente duvidoso. Não sabemos o que ele é, o que ele faz e muito menos de que lado está. Como se não bastasse os problemas de Nick, ele ainda tem que lidar com assassinos profissionais chamados de “Ceifadores de Grimms” que tentam cortar sua linda cabecinha morena sempre que o encontram.

O charmoso Capitão Sean ainda é um mistério. Ele pode até estar do lado dos mocinhos, mas seus métodos definitivamente não estão na cartilha.

A série começa morninha, carece de diálogos mais interessantes. Um dos criadores também estava na equipe de Buffy e Angel, o que explica a semelhança muito maior com essas séries do que com Supernatural, como muitos acabam comparando. Na verdade, Nick é uma Buffy sem poderes, o que o leva a levar uma surra episódio sim, episódio não. No final da primeira temporada, ele já começa a ficar mais esperto e aprende a usar as armas que a tia lhe deixou antes de morrer, usando também sua fama de Grimm para assustar os seres que tentam intimidá-lo (e são muitos).

Andalind é uma moça muito bonita... para quem não vê sua verdadeira natureza... Que nem algumas pessoas que a gente conhece, né?

As histórias são uma espécie de releitura de contos de fadas, atualizados para os dias de hoje. Um conhecimento prévio de contos de fadas ajuda muito, especialmente quando notamos os detalhes que compõem a cena. Algumas fábulas são tão desconhecidas que nós aqui em casa não fazemos a menor ideia do que diabos estavam falando. A mitologia do universo de Grimm é alemã, com termos derivados do alemão ou de termos científicos reais. Por exemplo, lobos maus são chamados de Blutbad, que significa banho de sangue (bloodbath). Bruxas são chamadas de Hexen e é isso mesmo que significa o termo. Shanden significa miséria e desgraça e Mellifer significa carregadora de mel.

David Giuntoli dá a dose certa de simpatia para o personagem. E daria um excelente Super Homem!
Grimm é divertido, bem produzido, mas ainda pode melhorar muito. Há muitas mortes. Algumas precipitadas, pois há personagens que poderiam render muito mais depois, mas não duram um episódio. Muitas sementes são plantadas, há muito material para se trabalhar, então estou levando fé que Grimm ainda pode melhorar muito. A série estreia sua segunda temporada no Universal Channel dia 17 de setembro, às 11 da noite.
 
E pra terminar, uma curiosidade: o ator David Giuntoli se formou na faculdade em Negócios e Finanças Internacionais. Mas aí foi pra Hollywood e começou a tentar a carreira de ator. No começo, não conseguiu nada de relevante, participando de alguns realities em 94 e 98, até descolar um papel em Privileged e Eli Stone, em 2008. Felizmente para nós, ele foi selecionado para o papel principal em Grimm. Fico por aqui, torcendo para meu beijo da morte não afetar a carreira dele!

No poster da segunda temporada, Nick já começa sua transformação em Buffy.

Um comentário:

Flora Sellene disse...

Eu gostei muito da série, coisa que normalmente não faço, pois não costumo acompanhar séries.
Monroe é muuuuuito engraçado, a relutância dele em ajudar o Nick e depois aquele brilhos nos olhos quando ele entra no trailer é demais.
Acho que tem muitos pontos ainda por se desenrolar neste próxima temporada.
E acho que o fato do Nick ter evoluído gradualmente é muito boa. Serie ridículo ele de repente saber tudo do nada (eu detesto quando isso acontece) sendo que antes ele desconhecia esse mundo completamente. Acho que a relutância dele em querer "matar" as criaturas no começo deixou tudo mais natural.
Enfim, é uma série muito boa e que vale a pena.