terça-feira, 2 de outubro de 2012

A NOVA VELHA GUERRA



por Renato Rodrigues

O Alcateia vai falar de novela? Sério? Já não basta aquelas matérias de seriados que ninguém vê? Calma, eu chego lá...

Assisti com boa vontade ao remake de Guerra dos Sexos, de Silvio de Abreu, sucesso absoluto no horário das 7h nos anos 80: os diálogos da nova versão que começou nesta segunda foram 90% iguais a novela original tirando algumas naturais atualizações. Até o timing das piadas foi  igual!

Eles até começam com um ótima ideia: a herança desta vez é deixada pelos personagens de Paulo Autran e de Fernanda Montenegro (que inexplicavelmente tem os mesmos nomes que seus sobrinhos atuais, Otávio e Charlô) e que são homenageados nos quadros animados da mansão (uma sacada pré-Harry Potter, já em 1983). Isso dá a ideia de que é uma continuação, o que anima os que assistiram a primeira versão, como eu, mas o que se vê a seguir é a mesma trama, personagens e diálogos da Guerra original.
 
Eu pergunto: precisava refazer a novela? Antes de responder, vamos analisar uma possibilidade mais criativa:
 
 
Por que não fazer mesmo UMA CONTINUAÇÃO? Uma NOVA história, mesmo que repetindo o mote de homens vs mulheres? Por que não usar NOVOS personagens para herdar a fortuna de Otávio e Charlô e reprisar com NOVAS situações a guerra sem fim entre barbados e beldades?
 
Os americanos arriscaram isso com Dallas, não fazendo um remake, mas trazendo os descendentes do velhaco JR e cia. para brigarem no horário nobre por petróleo e poder como faziam há 30 anos.  
 
 
 
"Pô, Renato você só quer ver coisa velha?" NÃO!!! (Respondo), quero ver também coisa nova. Eu já vi essa novela antes (Não é expressão) e adoraria rever os atores da novela original repetindo seus papéis em participações especiais e um texto moderno com um verdadeiro NOVO enfoque sobre as relações entre homens e mulheres. Eu ainda vou assistir um pouco mais quando puder mas, por enquanto, foi como levar uma torta requentada na cara. E a torta original era melhor!
 


4 comentários:

Ricky Nobre disse...

Perfeito, Renato! Mas, infelizment, falta inteligência, ousadia e coerência.

Eddie disse...

Estou espantada com a preguiça que tenho visto nas mídias em geral atualmente! Os livros seguem fórmulas, os filmes são remakes ou baseados em livros ou quadrinhos, as novelas se reciclam numa completa falta de criatividade. Estou de fato confusa! É são difícil assim criar uma coisa nova????? Porque pra mim não é! E, cá entre nós, se eu e minha equipe podemos fazer, não é possível que a equipe da Globo não possa fazer também!!! Santa Preguiça, Batman!

Luciana Dias disse...

Boa Tarde!Eu nem assisti a novela.E acho que atualmente a criatividade está pouca nas novelas.Sou noveleira, mas fico desanimada com as histórias sempre repetidas.Cansa, viu!!

Nanael Soubaim disse...

Esses autores de hoje são como prostitutas em fim de carreira, aceitam qualquer bizarrice por um trocado e serem chamadas de "minha rainha".
Uma boa continuação demandaria, depois de quase trinta anos (velho é a meretriz parideira), a boa e velha coerência com sua origem. E qual a origem? Uma novela feita em uma década escrachada, em que os autores não propositavam ofender, mas não se preocupavam com gente hiperssensível que se sentisse ofendida com uma mosca albina pousando em uma cocada preta, e para isso serve o aviso de "Esta novela é uma obra de ficção, bla-bra-bla". Os de hoje têm medo até da sociedade amiga do mico-tigre-da-cara-de-pau.
A original também não tentava mastigar tudo para regurgitar no biquinho das corujinhas, ela simplesmente se mantinha interessante para o público.
Eu já falei da lentidão e das reações claramente raciocinadas dos novos titulares, que é uma pré-mastigação que o público de hoje exige, porque tem preguiça de pensar... Pensar, faz perceber que a razão não tem dono.
Fazer uma boa continuação, inviabilizaria toda essa indolência, havendo o risco inconcebível de perder audiência para o desenho do Pica-Pau... Vou ver o Manda-Chuva no Youtube.