QUE REINADO É ESSE?

por Renato Rodrigues

Termina AMANHÃ no Canal Viva uma das melhores novelas que a TV já produziu, "Que Rei Sou Eu?" de Cassiano Gabus Mendes. Mesmo com momentos de barriga e alguns furos na trama ela traz um texto e interpretações muito acima da média do que se faz na TV de hoje em dia. Era um misto de ousadia (capa e espada pro povão?), comédia e cidadania que nenhuma emissora atual (Preocupada em remakes e reality shows) ousa fazer! Fica parecendo que HOJE é que É PROIBIDO criticar o governo e não na época.

 

Ravengar, a mente pensante por trás do poder!

Muitos acusam a novela de ter favorecido o, na época, candidato Fernando Collor por causa de sua semelhança com o jovem e heróico Jean Pierre (Edson Celulari), o revolucionário príncipe herdeiro do fictício reino. Revendo a novela no Viva percebi que Jean Pierre era quase inútil, a sua namorada Aline (Giulia Gam) era 10 vezes mais valente que ele, quase uma Xena!



Jean Pierre, malandro, estava de olho tanto na coroa quanto nos brotinhos! 

 

Talvez eu seja influenciado a gostar por ter vivido o contexto politico da época onde a democracia ainda estava na encubadora. Mesmo assim recomendo revê-la. Se puderem, procurem no You Tube e dailymotion.com, acho que ela está quase toda disponibilizada lá. E 23 anos passaram e o Brasil ainda é um país que lembra a corrupta Avilan.

Os conselheiros ou, como a Globo suspeitamente anunciou quando reprisou a novela durante o SEGUNDO TURNO da eleição presidencial: "Conheça os Marajás de Avilan". Hum...

Em 15 de setembro de 1989, ao noticiar o fim da telenovela, a Folha de S.P registrou o seguinte temor por parte de setores militares: “Pela ousadia em mexer com revolucionários e tentativas de tomadas de poder, a aventura capa-e-espada de Gabus Mendes não descia goela abaixo de setores mais conservadores da sociedade. Representantes do primeiro escalão de uma das forças militares brasileiras comentavam semanas atrás num restaurante da cidade a ‘irresponsabilidade da novela, que estava instigando o povo a pegar em armas’”.

Quem dera...