ANTEROSCLEROSE, O Retorno e O Crepúsculo do Crítico
Ai meu Deus, que saudaaade da Cinemin, aquilo sim é que era revista de cinema
por Antero Leivas Sou de um tempo anterior à Idade da Pedra Lascada. Tá, um pouco mais pra frente, de um tempo em que revista de cinema era a clássica Cinemin e nem todo mundo era crítico desta arte. Aliás, quem era crítico de cinema, não ficava se arvorando disso. Pelo contrário, se aprofundava no tema cada vez mais, com cursos, uma vasta biblioteca sobre o assunto e aquele simulado silêncio dos sábios. E filmes, claro. Mas FILMES, não EXCESSO, como ver seis filmes num dia e achar que com isso está adquirindo alguma bagagem para dissertar a respeito. Assim numa mesa de bar, em casa, ainda vá lá, mas adquirir status de alguma coisa de nivel profissional? Não. Não. NÃO. Maldito Brasil...
Com o advento e popularidade da Internet, que como a energia atômica, serve tanto para o bem quanto para o mal, a informação ganhou velocidade, em compensação, a opinião, seja qual for, ganhou visibilidade. Então qualquer blogueiro de fim de semana, "cinéfilo" de quinta (sim, pois quem não é crítico, é cinéfilo) ou estudante de contabilidade, ou filhinho de papai vagabundado, tornou-se... CRÍTICO DE CINEMA.
O Crítico, esse incompreendido
E o que é o crítico pra essa gente? É o pessoal que se entope no coffe break, que anuncia em redes sociais q vai pras cabines de imprensa (sessões exclusivas, ou melhor, ANTIGAS sessões exclusivas para quem tivesse um MÍNIMO de entendimento no assunto. Hoje, apenas uma farra para caipiras de ambos os sexos) e fica se achando um deus diante dos outros pobres mortais. Engraçado, nunca me vi assim. No tempo em que comecei a receber convites para cabines (Não, NUNCA me ofereci, caros blogueiros) eu me intimidava diante daquele pequeno grupo de figuras aparentemente selecionadas, antipáticas e que me olhavam com o severo ar de "Porra, começaram a invadir nossos espaço". Eu achava os veteranos pedantes e pretensiosos. Hoje os entendo plenamente... Porque, sério, se você NUNCA estudou NADA sobre cinema, o máximo que você cita como crítico, que julgas ser, é Rubens Ewald Filho (no Brasil) e Pauline Kael (nos EUA), desconhece qualquer obra de Georg Wilhelm Pabst e seus contemporâneos, dificilmente cita dez filmes de Ingmar Bergman ou Luis Buñuel, jamais viu sais de prata, julga Tarantino, criativo; John Williams, o maior dos compositores de trilhas; crê piamente que documentarista é o Michael Moore, e boia quando alguém cita "campo e contracampo", "moiré", plot e decupagem, acho melhor rever seus conceitinhos e mudar de profissão. E não, Google não conta...
Se não conhecer esse cara, não fala mais comigo...
Me chamam de ranzinza, resmungão e o CACETA a quatro, fato é q não construí essa fama da noite pro dia não e menos ainda sem motivos. ODEIO e sempre odiei os bicões do Festival do Rio (eu tinha MUITAS matérias aqui mesmo nesse site a respeito do assunto, instituí o tema inclusive, todavia "misteriosamente" meus textos desapareceram quando me desliguei da Alcateia há alguns anos), os imitadores de críticas alheias e principalmente, das críticas estadunidenses, as PIORES feitas em séculos; mas ODEIO SOBREMANEIRA, graças a energia atômica, digo, a inclusão digital, qualquer pipoqueiro malversado nas artes da vida, que fará nas artes e ciências cinematográficas, criar seu bloguezinho de meia pataca, com meia dúzia de page-views diários, transmutar-se num rasgo de insano egocentrismo, em Roger Ebert (pare de olhar o Google...). Mereciam, no MÍNIMO, o apedrejamento público. E, não, nenhum hacker invadiu e escreveu por mim não, eu mesmo acho isso. E assim seguirei até o último suspiro dos dias.
Mestre Albagli (1939 - 2006)
Nunca fui pretensioso quando novato. Fiquei assim, depois de velho. Uma história que eu sempre conto... No tempo em que eu mais queria provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém, conheci, este sim, um dos melhores Críticos de cinema da história brasileira, Fernando Albagli, (é história repetida? Tá, lê assim mesmo) editor da supracitada Cinemin. Um amigo e profissional em comum, nos aproximou e criou breves bate-papos à entrada de cada cabine. Uma delas, era no primeiro da série Premonição, onde somente ele concordou quando eu disse que aquilo era mais diversão do que terror, enquanto, tadinhos, provavelmente conhecedores do terror a partir de Jason 6 ou similar, comentavam a "tensão" existente na obra. Não, meninos. Não.
Um dia, perguntei ao filósofo Albagli se ele se julgava um crítico e ele respondeu calmamente: "Não, eu estudo cinema". Me desculpem, bicões, se Fernando Albagli não era crítico, vocês seriam digamos, NO MÁXIMO, um tipo de público. Um público privilegiado até certo ponto, longe do tumulto das sessões do fim de semana e com desavergonhada chatice pra postar no feicebuque (Que agoniza em praça pública, Oxalá).
Louise Brooks. Tá aqui só pra enfeite. Ou não...
Repararam, né? A ANTEROSCLEROSE e seu vira-lata, Antero Leivas, estão de volta (dessa vez sem desaparecimentos, espero) e eu envelheci. Estou pior, bem pior. Volto pra falar de cinema e coisas de cinema e TV (Sim, TV. Somente DUAS pessoas entendem mais de séries do que eu neste Brasil e uma delas é dona deste site. Achei que não deveria furtá-los de mais tempo sem minha carismática presença) e quiçá livros e revistas também. Prometo não encher vosso saco, desde que não encham o meu e quase não repetir a frase que nós, em idade provecta, adoramos utilizar: "No meu tempo". Eu disse QUASE, não se animem.
Sejam bem vindos de volta, lupinos e lupinas.
DROPS
Tá amarrado?
E numa carta aberta à imprensa, a Rede Record se isenta da suposta acusação de censura devido aos cortes das cenas de violência e sexo quando da exibição do primeiro episódio da série Spartacus Sangue e Areia (no caso da emissora do pastor, só a areia) no último dia 5. A alegação é que a distribuidora oferece duas versões e que a mais light foi a opção da TV aberta. Sério? Resta saber se Breaking Bad também terá essa tal "segunda versão", assim como Sons of Anarchy (por favor, Filhos da Anarquia não, gente...) É esperar pra ver. Ou não ver.
Say my name, sem cortes, de preferência...
Lynch volta a Twin Peaks
Ao que tudo indica, o louco genial volta ao seriado que o consagrou também na TV. Muito embora, a previsão seja para algo em torno de 2015. Robert Engels, produtor executivo da rede estadunidense de TV, ABC, vem procurando um programa para preencher a lacuna deixada por Lost há pouco mais de três anos. E quem melhor do que a bizarra cidade dos picos gêmeos? Tá certo que tirando a primeira temporada, o resto é pra lá de questionável e que em mais de duas décadas, dificilmente o elenco original poderia tornar, mas, quem, como eu, cultua a série, sabe que Laura Palmer comentou algo no sonho do Agente Cooper quanto a se encontrarem daí a 25 anos. E por que não? A dupla David Lynch e Mark Frost não deitou oposição e Kyle MacLachlan, o bom e velho (velho mesmo) Agente Cooper nunca mais logrou muito êxito em sua carreira. Isso já basta. O resto é só achar uma carinha bonitinha pra substituir Sheryl Lee, a Laura original (afinal fantasmas não envelhecem, nem vem) e Go ahead, cambada!
Sheryl "Laura Palmer" Lee e o tempo...
Apostazinhas E para ir voltando aos poucos à velha forma, a coluna aposta na qualidade dos seguintes filmes vindouros: Ela, o novo longa do cultuado Spike Jonze (Quero Ser John Malkovich), com Joaquim Phoenix, transfigurado num sujeito pacato e decadente e Scarlett Johansson, ainda pior, na "pele" de um... programa de computador (!!!!) É bizarro, logo vai ser bom.
Godzilla: vocês não sei, mas monstros gigantes é comigo mesmo. E dessa vez, o velho lagartão vai apavorar geral e com o auxilio luxuoso de Walter White, digo, Bryan Cranston no elenco!!!.
X-Men, Dias de Um Futuro Esquecido. Se o filme for dez por cento fiel à HQ que o originou, formará um duo com X-Men First Class, como duas das maiores bolas dentro da Fox em relação a super heróis. Bryan Singer voltou! Tranquilizemo-nos!
E saibam: meu mais recente acerto foi com Guerra Mundial Z. Se eu errar, tenho a desculpa de estar em treinamento ainda.
Até a próxima, lupinos! E aguardem a volta de nossos brindes e sorteios!
Minha coleção tb, mas minha pretensão é trazer a Cinemin de volta. Sempre se pode fazer melhor rsss Cala-te boca! E, sim, Louise Brooks JAMAIS um mero enfeite.
7 comentários:
Esse filme da "Mulher computador" lembrou a "Dóris para Maiores" que tinha um infame quadro assim com o Diogo Vilela e a Dóris.
Só um adendo: ela será apenas a voz de um software. :)
A impressão que eu tive quando vi o Premonição foi de ver uma versão splatter do Papa Léguas...
Louise Brooks nunca é um mero enfeite.
Ah, e minha coleção completa de Cinemin continua guardadinha! :)
Minha coleção tb, mas minha pretensão é trazer a Cinemin de volta. Sempre se pode fazer melhor rsss Cala-te boca! E, sim, Louise Brooks JAMAIS um mero enfeite.
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