segunda-feira, 17 de agosto de 2015

QUARTETO POUCO FANTÁSTICO

por Gabriel Maia 


O remake de Quarteto fantástico é um filme que nos faz pensar. Nos faz pensar o motivo de terem achado que este seria melhor do que os fracassados outros dois.

O filme conta com um elenco que não convence, com atuações razoáveis e total falta de carisma. Diferente das recentes adaptações, tentaram unir dois conceitos em um só neste filme.



Nas HQs originais, o Quarteto fantástico é composto por Reed Richards, um gênio científico que queria estudar os raios cósmicos no espaço, sua parceira Susan Storm, o piloto Bem Grimm, que além de um grande profissional era o melhor amigo de Reed, e Johnny Storm (que até hoje não sei o que fazia lá). Porém, os raios cósmicos penetraram na fuselagem da nave e alteraram os quatro, dando-lhes poderes. O Quarteto teve muitos grandes inimigos, mas nenhum se comparava a Victor Von Doom, o dr. Destino. 
Heróis em família na HQ.

Destino era filho de um curandeiro e uma bruxa, teve seu pai assassinado e sua mãe vendera a alma para vingar-se, morrendo pouco depois. Victor passou a estudar as artes místicas por anos na esperança de resgatar sua mãe do inferno. Não obtendo sucesso voltou-se para a ciência, estudou junto a Reed Richards, que chegou a apontar uma falha em um de seus projetos que visava contato com outras dimensões, no caso, o inferno. O aparelho funcionou por alguns minutos, mas explodiu, dando a Victor uma longa cicatriz que o fez fugir para o Tibet, tamanha a vergonha que sentia. Lá conheceu monges que o ensinaram mais sobre magias e construiu uma armadura que esconderia sua cicatriz. Assim como a do Homem de ferro, a armadura lhe conferia super-força, o poder de disparar rajadas, voar, suprimento alimentar e de oxigênio, e inúmeros outros recursos. Victor voltou ao seu país onde depôs o governo e se tornou rei, transformou um país miserável em uma nação próspera. Porém, é impiedoso e cruel com qualquer um que não demonstre respeito e obediência. Destino não apenas enfrentou muitos heróis e vilões como venceu a maioria deles, chegando até mesmo a derrubar seres como Galactus, o devorador de mundos. O dr Destino é mestre em magia, gênio científico e rei, um vilão completo. 

Vilões bons podem garantir um bom filme. Se o vilão for fraco...

Anos atrás, lançaram o projeto “Ultimate” onde a Marvel criou um universo recriando a origem de seus personagens e neste universo Reed e Susan eram dois jovens gênios científicos que estava à frente de um projeto de portais dimensionais junto a Victor Von Doom. Johnny Storm estava lá porque o pai dele era o dono dos laboratórios, e Ben Grimm apareceu no projeto porque era um mochileiro em visita ao amigo de infância, Reed Richards. E durante o teste do portal, os 5 foram transformados. Diferente da origem tradicional, Destino agora era um tipo de ciborgue cheio de poderes.

A franquia anterior, mais fiel aos personagens e à história original dos quadrinhos.

O que o filme traz é essa tentativa de unir os dois universos, onde Reed e Ben trabalham em um portal dimensional e acabam sendo convidados para trabalhar com Susan Storm em um projeto de Victor Von Doom, muito parecido com aquele de Richards. Johnny é um talentoso engenheiro que passa seu tempo livre construindo carros pra competir e sendo um idiota.

O visual dos poderes dos personagens ficou muito bom, e Destino agora não é um homem em armadura e nem um ciborgue, é um organismo que sofreu mutação por um mundo estranho.
Novo visual do Dr. Destino.

O filme também traz uma novidade no mundo dos super-heróis, o sistema de cotas. Sim, sistema de cotas. Gradativamente os super-heróis já conhecidos vêm sendo substituídos por personagens negros. Aconteceu nos quadrinhos com o Homem Aranha, Capitão américa, Nick Fury, e outros. A vez agora foi de Johnny Storm, que originalmente era loiro e passou a ser negro.

Antes que alguém se doa mortalmente (o que vem acontecendo muito com qualquer coisa que se diga), não sou contra personagens negros, mas sou contra essa tolice de substituir um personagem já consolidado por outro apenas para atender a um falso moralismo. Personagens como Luke Cage não apenas ganharam destaque ao serem melhor trabalhados, como atingiram sucesso com fãs de HQs. 

Elenco equivocado. Devem ter escolhido em Mercúrio Retrógrado.

Enfim, para a grande massa será um bom entretenimento, com boa ambientação, bem estruturado e bons efeitos especiais, mas para muitos fãs de quadrinhos (e muitos críticos americanos, e até alguns da produção) o novo filme do quarteto é... como dizer isso.... era melhor ter ido ver o filme do Pelé.






Nenhum comentário: