terça-feira, 5 de março de 2019

CAPITÃ MARVEL

Por Ricky Nobre


O fim está próximo... Mas enquanto ele não chega, vamos nos divertir! Em menos de dois meses, Vingadores: Ultimato trará o desfecho de tudo o que a Marvel apresentou desde 2008. Capitã Marvel é o penúltimo filme desta impressionante e milionária jornada pelo mundo dos super-heróis e tem a responsabilidade de apresentar a personagem que, aparentemente, terá participação crucial no último embate contra Thanos. 

 

Logo de início, percebe-se que este é um filme de origem diferente. Nossa heroína, conhecida como Vers, não possui as memórias de boa parte de sua vida, mas já possui seus poderes, que usa para defender os Kree contra os Skrulls. A fonte de seu poder, bem como sua identidade, são resgatadas ao longo da trama. De cara, dá a impressão que o filme está com pressa demais pra começar, e chega a dar a sensação de quando entramos no cinema com 15 ou 20 minutos de atraso. Mas a impressão logo passa e o artifício mostra que faz sentido dentro da proposta. 

 

A Marvel fez uma ótima aposta ao definir qual Capitão Marvel (dos muitos que já existiram) faria parte de seu universo cinematográfico. Não apenas por ela ser a atual dona do posto nos quadrinhos, mas pela excelente oportunidade de lançar seu primeiro filme com uma heroína como protagonista. Se nas HQs Carol Denvers já foi Miss Marvel e já tinha uma longa trajetória, aqui ela tem sua origem reimaginada e adaptada. Brie Larson se sai bem e a química entre ela e Samuel L. Jackson é excelente, provavelmente pelo fato de serem amigos e deste já ser o quarto filme deles juntos. 

 

O casal de diretores Anna Boden e Ryan Fleck disse ter se inspirado nos filmes de ação dos anos 90. Na verdade, apesar das muitas referências do filme ao período, não há nada, em termos de estilo, que o diferencie de qualquer outro filme padrão do estúdio. Apesar de alguns dramas e reviravoltas, Capitã Marvel se encontra no lado mais leve da Marvel. Ambientado em 1995, muito do humor do filme vem dos contrastes tecnológicos e da percepção do quanto o mundo mudou em pouco mais de 20 anos. O filme carece de uma figura forte como vilão, provavelmente como consequência da escolha do roteiro em tornar os lados “certo” e “errado” da guerra como algo ambíguo. 

 

Não há nada de errado com Capitã Marvel. É muito divertido, o humor não atrapalha a ação nem os personagens e Denvers brilha no terceiro ato com seu poder no máximo, estabelecendo-se praticamente como o Superman da Marvel. Mas também não se coloca entre os filmes mais memoráveis do estúdio, o que, convenhamos, não é por si só um defeito. Porém, ele se destaca ao mostrar uma heroína que enfrenta e vence incontáveis obstáculos por ousar almejar posições e objetivos tidos como exclusivamente masculinos. Estreando nos EUA e em diversos países no dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher), Capitã Marvel é mais uma grande inspiração para meninas do mundo todo sonharem mais alto.

 

 COTAÇÃO:



CAPITÃ MARVEL (Captain Marvel, 2019)

Com: Brie Larson, Samuel L. Jackson, Jude Law, Gemma Chan, Ben Mendelsohn, Djimon Hounsou, Lee Pace, Clark Gregg, Lashana Lynch e Annette Bening.

Direção: Anna Boden e Ryan Fleck

História: Nicole Perlman. Meg LeFauve. Anna Boden. Ryan Fleck e Geneva Robertson-Dworet

Roteiro: Anna Boden. Ryan Fleck e Geneva Robertson-Dworet

Fotografia: Ben Davis

Montagem: Debbie Berman e Elliot Graham

Música: Pinar Toprak

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