O fim está próximo... Mas enquanto ele não chega, vamos nos
divertir! Em menos de dois meses, Vingadores: Ultimato trará o desfecho de tudo
o que a Marvel apresentou desde 2008. Capitã Marvel é o penúltimo filme desta impressionante
e milionária jornada pelo mundo dos super-heróis e tem a responsabilidade de
apresentar a personagem que, aparentemente, terá participação crucial no último
embate contra Thanos.
Logo de início, percebe-se que este é um filme de origem
diferente. Nossa heroína, conhecida como Vers, não possui as memórias de boa
parte de sua vida, mas já possui seus poderes, que usa para defender os Kree
contra os Skrulls. A fonte de seu poder, bem como sua identidade, são resgatadas
ao longo da trama. De cara, dá a impressão que o filme está com pressa demais
pra começar, e chega a dar a sensação de quando entramos no cinema com 15 ou 20
minutos de atraso. Mas a impressão logo passa e o artifício mostra que faz
sentido dentro da proposta.
A Marvel fez uma ótima aposta ao definir qual Capitão Marvel
(dos muitos que já existiram) faria parte de seu universo cinematográfico. Não apenas
por ela ser a atual dona do posto nos quadrinhos, mas pela excelente
oportunidade de lançar seu primeiro filme com uma heroína como protagonista. Se
nas HQs Carol Denvers já foi Miss Marvel e já tinha uma longa trajetória, aqui
ela tem sua origem reimaginada e adaptada. Brie Larson se sai bem e a química
entre ela e Samuel L. Jackson é excelente, provavelmente pelo fato de serem
amigos e deste já ser o quarto filme deles juntos.
O casal de diretores Anna Boden e Ryan Fleck disse ter se
inspirado nos filmes de ação dos anos 90. Na verdade, apesar das muitas referências
do filme ao período, não há nada, em termos de estilo, que o diferencie de
qualquer outro filme padrão do estúdio. Apesar de alguns dramas e reviravoltas,
Capitã Marvel se encontra no lado mais leve da Marvel. Ambientado em 1995, muito
do humor do filme vem dos contrastes tecnológicos e da percepção do quanto o
mundo mudou em pouco mais de 20 anos. O filme carece de uma figura forte como
vilão, provavelmente como consequência da escolha do roteiro em tornar os lados
“certo” e “errado” da guerra como algo ambíguo.
Não há nada de errado com Capitã Marvel. É muito divertido,
o humor não atrapalha a ação nem os personagens e Denvers brilha no terceiro
ato com seu poder no máximo, estabelecendo-se praticamente como o Superman da
Marvel. Mas também não se coloca entre os filmes mais memoráveis do estúdio, o
que, convenhamos, não é por si só um defeito. Porém, ele se destaca ao mostrar
uma heroína que enfrenta e vence incontáveis obstáculos por ousar almejar
posições e objetivos tidos como exclusivamente masculinos. Estreando nos EUA e
em diversos países no dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher), Capitã
Marvel é mais uma grande inspiração para meninas do mundo todo sonharem mais
alto.
COTAÇÃO:
CAPITÃ MARVEL
(Captain Marvel, 2019)
Com: Brie
Larson, Samuel L. Jackson, Jude Law, Gemma Chan, Ben Mendelsohn, Djimon Hounsou,
Lee Pace, Clark Gregg, Lashana Lynch e Annette Bening.
Direção: Anna
Boden e Ryan Fleck
História: Nicole
Perlman. Meg LeFauve. Anna Boden. Ryan Fleck e Geneva Robertson-Dworet
Roteiro: Anna
Boden. Ryan Fleck e Geneva Robertson-Dworet
Fotografia:
Ben Davis
Montagem: Debbie Berman e Elliot Graham
Música: Pinar Toprak
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