segunda-feira, 4 de março de 2019

LUKE PERRY, O DYLAN DE BARRADOS NO BAILE, PARTE AOS 52 ANOS

por Eddie Van Feu




O ator Luke Perry faleceu hoje, dia 04 de março, depois de um AVC. Ele interpretou o descolado e problemático Dylan, em Barrados no Baile, série que viralizou num tempo em que não existi esse termo e mostrava a vida de adolescentes ricos, brancos e lindos. Dylan, com seu ar blasé, escondia uma personalidade complicada e disputou com o indecentemente lindo Brendon Walsh o coração das meninas dos dois lados da telinha nos anos 90.

Como uma dessas moçoilas deslumbradas, eu lia tudo o que podia dos meus adolescentes de 30 anos (Luke Perry já tinha 23 quando interpretava Dylam, que estava no segundo grau com 17). Meu favorito era o Brendon (eu achava o Dylan complicado demais com seu estilo James Dean), mas uma coisa que ele contou em uma de suas entrevistas me marcou pra sempre.

Ele disse que foi muito difícil ir a um teste depois do outro sem nenhuma resposta positiva. Mas ele nunca desistiu. Ele contou os testes a que foi. Até passar no este para o papel que marcou sua carreira em Barrados no Baile, ele já tinha comparecido a 216 testes.

Pode parecer somente um número para alguns. Mas para mim, que estava começando a vida e buscando meu espaço, era um número enorme. Eu me imaginei acordando todos os dias e me preparando para um teste, cheia de expectativas, com as contas acumulando sobre a mesa, e ouvir "NÃO" 216 vezes. Para mim, era muito. Aquilo me fez respeitar muito Luke Perry. Não acompanhei a carreira dele depois (que incluiu Riverdale e Buffy, a Caça-Vampiros, dentre outros filmes e séries), mas aquela entrevista em que ele disse "não desista, porque eu fui recusado 216 vezes e sabia que minha chance ia chegar", foi algo que me inspirou muito, especialmente nas épocas em que muitos "NÃOS" nublavam meu céu.

Então, eu deixo aqui minha homenagem a Luke Perry, que pode não ter sido ninguém para muitos, mas com certeza foi alguém para quem viveu ao lado daqueles jovens em Bervelly Hills. E deixo meu muito obrigado por ele não ter desistido e ter me dado essa lição num momento em que era muito mais fácil desistir. A partir daí, sempre que eu tinha um fracasso, começava a contar e pensava: Ainda tenho mais 215 chances, é cedo para desistir!




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