Capítulo 1
Quando os Dragões voavam sobre a terra
Há quem pense que eles não existem, mas os caminhantes da magia sabem que eles são reais. Bem reais.
Eles voavam pelos céus em tempos que podem não ter existido, baforaram fogo nos que ousaram irritá-los e hoje abrem suas asas de volta ao nosso mundo. Você pode estar surpreso, mas dragões existem e podem ser grandes amigos.
Eu me lembro quando acordava sábado às oito da manhã para ver Carl Sagan me contar os mistérios do Universo em Cosmos. Ele era muito esperto! Mas até os homens muito espertos cometem erros de vez em quando. Carl Sagan gastou muito tempo tentando provar que dragões não existiram. Sua explicação para eles surgirem em tantas culturas diferentes era o inconsciente coletivo que trazia a todos as memórias dos grandes dinossauros. Uma vez que dinossauros e homens nunca dividiram o mesmo cenário, a não ser em filmes, a explicação dele para isto era meio furada, mas persistia o problema mais limitador da ciência. Não havia provas de que dragões existiram. Não podiam ser tocados, ouvidos, sentidos ou vistos, então... não podiam existir. Felizmente, as coisas existem independente da permissão de qualquer um de nós, tenhamos mente científica ou não.
Hoje, muita gente vai além e comprova coisas que a ciência renega: a existência de vida após a morte, fantasmas, poltergeists, sentimentos e emoções nos animais, existência de outros planos e dimensões, etc... Na hora em que abrimos nossa mente, ela não consegue mais voltar a ser do mesmo tamanho. Quando percebemos que dragões existem e podemos voar e dançar com eles, nossa mente nunca mais pode voltar à pequenez ordinária.
O motivo de dragões surgirem em histórias e lendas de lugares e épocas totalmente diferentes é muito simples. Eles existem, sempre existiram. E sempre existirão.
Origens
A palavra dragão tem origem no latim “dracon”, que significa serpente. Dracon, por sua vez, originou-se da palavra grega “spakov” (serpente), derivada do verbo grego “spakelv” (ver claramente). Está relacionado a outras palavras, como o sânscrito “darc”, que significa ver, a palavra em avesta (antiga língua iraniana dita de Zoroastro) “darstis”, que significa visão e “derc”, palavra em irlandês arcaico que quer dizer olho. Também ligada ao antigo inglês pela palavra “tohrt”, antigo saxão “torht” e o antigo alemão na palavra “zoraht”. Todas essas palavras significam clareza ou brilho. Desde a origem de suas denominações, os dragões estão relacionados a grandes serpentes e ao ato de ver mais claramente por causa de sua sabedoria e pela forma como se apresentam aos humanos (através de visões).
Os registros mais antigos de dragões são da Suméria e China, com histórias datadas de cinco mil anos a.C.. Os chineses acreditam que são descendentes de dragões (como os babilônicos em sua lenda de Tiamat), enquanto o Japão costuma ligar a presença de dragões a desastres naturais. Os dois países acreditam que dragões podem se apresentar na forma humana.
No Egito, os dragões surgem por volta de 3.000 a.C. e eram vistos como espíritos malignos pela maioria. Essa crença surgiu por Apep ser representado como um dragão e cujo maior desejo era sobrepujar Rá. No entanto, Rá também tinha um guardião dragão – Mehen – que guardava e protegia a Barca do Sol. Na Babilônia, os dragões apareceram por volta de 2.000 a.C., com destaque para o Épico de Gilgamesh.
Os astecas começaram a adorar Quetzalcoatl, uma divindade em forma de serpente emplumada, por volta de 250 d.C. Também chamado de Kulkulkau, Ehecatl e o Senhor da Alvorada, diz-se que Quetzalcoatl abandonou os astecas quando não conseguiu que eles mudassem seu comportamento. Coatlcue, uma hydra com duas cabeças de dragão e uma saia de serpentes e Xiuhcoatle, pequenas serpentes de fogo que ajudou Huitzilopochtli, eram outros dragões cultuados pelos astecas.
Apesar de usarmos antigos mitos e lendas de dragões para conhecê-los melhor, não podemos nos basear nesse conhecimento para conhecê-los verdadeiramente. Parece um paradoxo, mas na verdade é muito simples. Antigos mitos e lendas foram o que nos deixaram, são o que temos, e mostram o poder e o temperamento por vezes caprichoso desses grandes seres. Mas, na realidade, dragões são muito mais do que seres temperamentais e qualquer um que tenha tido contato com algum deles ou que trabalhe com magia dos dragões sabe disso.
Na Europa Medieval
Populares até o século XVII, dragões ainda eram procurados por sua sabedoria, mas caçadores de dragões, pagos para retirar seus órgãos, os fizeram ser cada vez mais desconfiados das intenções humanas, frequentemente mesquinhas e egoístas. Na Idade Média, acreditava-se que o sangue do dragão podia tornar uma pessoa invulnerável e curar ferimentos (como acontece na lenda de Fafnir e Siegfried, na mitologia nórdica) e, quando bebido, dava o poder de compreender a linguagem dos animais. Comer o coração de um dragão dava bravura e coragem, enquanto que comer sua língua dava eloquência e habilidade de vencer qualquer argumento. Os diversos outros órgãos eram capazes de curar uma infinidade de doenças, enquanto suas escamas eram usadas como escudo por resistirem ao fogo e serem mais fortes que qualquer outro metal.
Ocultistas estudiosos e praticantes da magia dos dragões acreditam que eles se retiraram do nosso plano quando a humanidade ficou impraticável (na Era das Trevas) e, quando deixaram de ser vistos, cientistas combateram a crença na sua existência. Esqueletos de grandes lagartos e morcegos expostos em museus na época como esqueletos de dragões viraram seus principais argumentos para acusar a crença nos dragões em superstição do povo.
Hoje, sabemos que não podemos analisar ou buscar provas com ferramentas inadequadas. Magos e bruxas não procuram por provas da existência dos dragões. Eles experimentam fazer contato com eles e vêem o que acontece.
O grande desafio da magia não está em “ver para crer”, mas em “crer para ver”.
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