por Ricky Nobre
Continuamos nossa Semana dos Vampiros. Ontem falamos sobre os vampiros nas antigas civilizações, nas mais remotas concepções deste mito registradas na história das culturas. Agora, começaremos a falar das crenças e relatos que originaram o vampiro como o conhecemos hoje. O povo que presenteou a cultura mundial com os elementos vampíricos tão conhecidos hoje em dia foram os eslavos. Este povo se espalhou por todo o leste e centro europeu, tendo origem provavelmente dos povos ao norte do Mar Negro. Entre os países criados por estes povos estão a Croácia, Bósnia e Herzegóvina, Macedônia, Bulgária e Sérvia.
A Igreja Católica começou sua campanha de expansão entre os eslavos no século IX, tendo alcançado grande êxito até o fim do século X. Houve, porém, uma longa disputa política e administrativa entre a Igreja Ortodoxa do leste e a Igreja Romana, ocorrendo uma divisão oficial em 1054. Búlgaros, russos e sérvios aderiram à Igreja Ortodoxa, enquanto poloneses, tchecos e croatas permaneceram fiéis à Igreja Romana. Os conceitos de vampiros e como eles se desenvolveram foram amplamente afetados por este evento, uma vez que as crenças de cada igreja eram antagônicas. A Igreja Romana acreditava que quando o corpo permanecia incorruptível após a morte, este seria um sinal de santidade, enquanto a Igreja Ortodoxa atribuía esse evento ao descontentamento de Deus em relação ao morto, abrindo uma possibilidade desta se transformar em vampiro.
Cada povo, em sua respectiva língua, desenvolveu palavras para designar o vampiro, mas todas parecem ter origem no termo opyri, das mais antigas tribos eslavas. Entre as variações, a mais parecida com o nome popularizado na atualidade vem do búlgaro vampir. Em sua origem, o vampiro eslavo não era um símbolo do mal, mas uma forma de explicar acontecimentos e doenças imprevistos e outros destinos trágicos aparentemente não merecidos pela vítima. Ele não era criado por contato com outro vampiro, mas por algum problema durante a morte, sepultamento ou nascimento. Vítimas de acidentes violentos ou suicidas poderiam se tornar vampiros. Falha nos rituais de sepultamento ou morrer em estado de excomunhão também poderiam ser causas da transformação. Crianças concebidas em determinados dias do ano em que a atividade sexual era condenada pela cultura eslava eram também vampiros em potencial. Uma criança morta antes de ser batizada poderia se tornar um tipo de vampiro chamado ustrel, que atacava e bebia o sangue de ovelhas e vacas. Outros possíveis vampiros eram crianças que nasciam com dentes ou com uma membrana na cabeça.
O vampiro nascido de um destes acontecimentos tinha hábitos recorrentes. Geralmente, eles atacavam sua própria família, vizinhos, amigos ou pessoas com as quais tinham negócios inacabados. Neste caso, ser atacado poderia sim tornar alguém um vampiro. O medo popular destes ataques gerou uma série de procedimentos que visavam evitar que um falecido se transformasse. O defunto poderia ser enterrado com os mais diversos elementos, sendo o crucifixo o mais popular de todos, assim como a sorveira, uma planta que evitava que um vampiro levantasse do caixão. Encher o caixão com sementes e também espalha-las pelo caminho do cemitério também era comum, pois o vampiro em potencial não resistiria a contar lentamente todas as sementes antes que fazer qualquer outra coisa. Métodos mais radicais incluíam atravessar o corpo com uma estaca de madeira ou de ferro.
Como foi dito, tragédias e infortúnios da vida eram atribuídos aos vampiros. Mortalidade de ovelhas e gado, atividades de poltergeists, ataques de succubus ou incubus, o aparecimento de um espectro de pessoa morta recentemente, morte ou doença súbitas após a morte de um parente ou amigo, grandes epidemias, tudo isso era, estranhamente, culpa dos pobres vampiros! Não raro, a população saía a caça do ser noturno, exumando corpos, preferencialmente de pessoas mortas até quarenta dias antes. O corpo de um vampiro podia ser identificado pelas juntas flexíveis, cabelos ou unhas crescidas ou sangue escorrendo pela boca ou outros orifícios. Para destruir o vampiro identificado, uma estaca de madeira ou ferro era enterrada na cabeça, coração ou estômago, podendo também ocorrer decapitação. Esses procedimentos podiam ser acompanhados pela repetição dos rituais fúnebres por um padre, utilização de água benta e até mesmo exorcismo.
Amanhã falaremos mas detalhadamente dos eslavos do sul, e dos mais famosos casos reais de vampiros registrados: os de Peter Plogojowitz e Arnold Paul. A histeria anti vampiros geradas por estes incidentes levaram autoridades estatais e religiosas a proibirem a caça aos vampiros, violação de túmulos e mutilação de cadáveres. Até amanhã!
Continuamos nossa Semana dos Vampiros. Ontem falamos sobre os vampiros nas antigas civilizações, nas mais remotas concepções deste mito registradas na história das culturas. Agora, começaremos a falar das crenças e relatos que originaram o vampiro como o conhecemos hoje. O povo que presenteou a cultura mundial com os elementos vampíricos tão conhecidos hoje em dia foram os eslavos. Este povo se espalhou por todo o leste e centro europeu, tendo origem provavelmente dos povos ao norte do Mar Negro. Entre os países criados por estes povos estão a Croácia, Bósnia e Herzegóvina, Macedônia, Bulgária e Sérvia.
A Igreja Católica começou sua campanha de expansão entre os eslavos no século IX, tendo alcançado grande êxito até o fim do século X. Houve, porém, uma longa disputa política e administrativa entre a Igreja Ortodoxa do leste e a Igreja Romana, ocorrendo uma divisão oficial em 1054. Búlgaros, russos e sérvios aderiram à Igreja Ortodoxa, enquanto poloneses, tchecos e croatas permaneceram fiéis à Igreja Romana. Os conceitos de vampiros e como eles se desenvolveram foram amplamente afetados por este evento, uma vez que as crenças de cada igreja eram antagônicas. A Igreja Romana acreditava que quando o corpo permanecia incorruptível após a morte, este seria um sinal de santidade, enquanto a Igreja Ortodoxa atribuía esse evento ao descontentamento de Deus em relação ao morto, abrindo uma possibilidade desta se transformar em vampiro.
Cada povo, em sua respectiva língua, desenvolveu palavras para designar o vampiro, mas todas parecem ter origem no termo opyri, das mais antigas tribos eslavas. Entre as variações, a mais parecida com o nome popularizado na atualidade vem do búlgaro vampir. Em sua origem, o vampiro eslavo não era um símbolo do mal, mas uma forma de explicar acontecimentos e doenças imprevistos e outros destinos trágicos aparentemente não merecidos pela vítima. Ele não era criado por contato com outro vampiro, mas por algum problema durante a morte, sepultamento ou nascimento. Vítimas de acidentes violentos ou suicidas poderiam se tornar vampiros. Falha nos rituais de sepultamento ou morrer em estado de excomunhão também poderiam ser causas da transformação. Crianças concebidas em determinados dias do ano em que a atividade sexual era condenada pela cultura eslava eram também vampiros em potencial. Uma criança morta antes de ser batizada poderia se tornar um tipo de vampiro chamado ustrel, que atacava e bebia o sangue de ovelhas e vacas. Outros possíveis vampiros eram crianças que nasciam com dentes ou com uma membrana na cabeça.
O vampiro nascido de um destes acontecimentos tinha hábitos recorrentes. Geralmente, eles atacavam sua própria família, vizinhos, amigos ou pessoas com as quais tinham negócios inacabados. Neste caso, ser atacado poderia sim tornar alguém um vampiro. O medo popular destes ataques gerou uma série de procedimentos que visavam evitar que um falecido se transformasse. O defunto poderia ser enterrado com os mais diversos elementos, sendo o crucifixo o mais popular de todos, assim como a sorveira, uma planta que evitava que um vampiro levantasse do caixão. Encher o caixão com sementes e também espalha-las pelo caminho do cemitério também era comum, pois o vampiro em potencial não resistiria a contar lentamente todas as sementes antes que fazer qualquer outra coisa. Métodos mais radicais incluíam atravessar o corpo com uma estaca de madeira ou de ferro.
Como foi dito, tragédias e infortúnios da vida eram atribuídos aos vampiros. Mortalidade de ovelhas e gado, atividades de poltergeists, ataques de succubus ou incubus, o aparecimento de um espectro de pessoa morta recentemente, morte ou doença súbitas após a morte de um parente ou amigo, grandes epidemias, tudo isso era, estranhamente, culpa dos pobres vampiros! Não raro, a população saía a caça do ser noturno, exumando corpos, preferencialmente de pessoas mortas até quarenta dias antes. O corpo de um vampiro podia ser identificado pelas juntas flexíveis, cabelos ou unhas crescidas ou sangue escorrendo pela boca ou outros orifícios. Para destruir o vampiro identificado, uma estaca de madeira ou ferro era enterrada na cabeça, coração ou estômago, podendo também ocorrer decapitação. Esses procedimentos podiam ser acompanhados pela repetição dos rituais fúnebres por um padre, utilização de água benta e até mesmo exorcismo.
Amanhã falaremos mas detalhadamente dos eslavos do sul, e dos mais famosos casos reais de vampiros registrados: os de Peter Plogojowitz e Arnold Paul. A histeria anti vampiros geradas por estes incidentes levaram autoridades estatais e religiosas a proibirem a caça aos vampiros, violação de túmulos e mutilação de cadáveres. Até amanhã!
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