quarta-feira, 26 de junho de 2019

ANNABELLE 3: DE VOLTA AO LAR E À SUA MELHOR FORMA

 Por Eddie Van Feu 


Invocação do Mal deu estabeleceu um novo patamar para filmes de terror. E o público de terror, órfão há algum tempo, passou a receber mais atenção da indústria. Os filmes de terror não podiam mais ser filmes de sustos gratuitos com aumento do som sem roteiro convincente. O público tinha experimentado lagosta!!! Não queria mais biscoito de polvilho. 



O problema é que muitos filmes tentaram emular esse novo padrão. Foi o caso dos dois primeiros filmes de Annabelle, que não primavam pelo roteiro e se apoiaram totalmente no Invocaverse, sabendo que ia agradar sem fazer muito esforço. Então, o que esperar do terceiro Annabelle? Um prato requintado ou um prato requentado?

É só a gente ver quem assumiu o roteiro dessa vez. Sim, ele, James Wan! E ver que Vera Farmiga e Patrick Wilson estão no elenco já aponta para um filme forte, já que o casal Warren é pé quente e tem sustância. E, depois de ver o filme, posso tranquilizar os fãs do Invocaverse. Annabelle é muito bom!


O filme começa em um momento de Invocação do Mal, e segue a partir daí com a consistência dos filmes originais. James Wan, esperto, percebeu o que qualquer um que viu o primeiro filme já tinha notado. Aquela salinha de coisas assombradas/amaldiçoadas dos Warren dá uns 450 filmes de terror. E é na casa dos Warren que se passa o filme inteiro.

Escapando dos caminhos fáceis e previsíveis, Annabelle nos guia por um trem fantasma assustador. O roteiro consegue, inteligentemente, inserir as novas aparições para que o público as entenda, mas fica aquele gostinho de quero mais. Qual a história da armadura samurai? E do piano? E do vestido de noiva? E daquele diabo daquele macaquinho feio pra caramba que toda hora dá susto na gente?

Sabemos que o tempo é limitado, então a gente se contenta com o pouco que nos dão. Uma série focada nessa salinha seria uma ideia fantástica! Assim dava pra conhecer cada uma das histórias de terror que ela encerra.

As personagens são muito simpáticas e suas motivações e medos são bem convincentes. Agem como pessoas de verdade (e não de forma completamente estúpida, como em Anabelle #2) e possuem camadas (camadas simples, e finas, mas camadas). Mais uma vez, dá vontade de saber mais. E os atores são uma graça! O filme ainda traz um easter egg, um fan service para quem já foi fuxicar na internet a verdadeira história de Annabelle.

Agora, vamos falar da parte mística/espiritual do filme. Um demônio está ligado a boneca e possui o poder de mudá-la de lugar. Procede? Sim, procede. Demônios, espíritos não humanos podem ficar ligados a objetos e dependendo da criatura, dão um trabalho danado. A ideia simplista de tacar fogo na boneca (até eu pensei nisso) não funciona, porque você estaria deixando o bicho solto pra se grudar em outra coisa ou, pior, pessoa. O jeito é prender de forma física e espiritual. No caso dos Warren, eles seguem a tradição católica e usam sua liturgia. Mas há várias outras formas de se fazer a mesma coisa em outras religiões e tradições.
A sala real dos Warren. Quer passar uma noite aí?

Uma roupa pode ser amaldiçoada. Tá certo isso, Arnaldo? Tá certíssimo. Não tem lugar mais carregado que um brechó ou antiquário! E eu adoro esses lugares! Mas, infelizmente, não consigo ficar muito tempo neles, pois já começo a sentir cansaço, ouvir vozes, etc. Roupas ficam impregnadas de energia e se o seu dono faleceu, a energia dele fica lá.

E lobisomem? Existe? Existe! Acredito piamente! Um dia falo mais a respeito, mas a figura do lobisomem utilizada no filme é muito interessante e assustadora. 

Objetos verdadeiramente amaldiçoados ou possuídos da sala dos Warren.

Para finalizar, Annabelle encontra o rumo no terceiro filme, sem sustos, mas com suspense da melhor qualidade. Vale muito uma ida ao cinema! 



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