Por Carlos Tavares
Se você pode ter dois Coringas em um baralho de cartas, por que você não pode ter dois Coringas em jogo na sua mesa em Hollywood?
Esse parece ser o pensamento da Warner/DC, já que o filme independente de Todd Phillips, Joker, estrelado por Joaquin Phoenix, continua a fazer escolhas de elenco de alto nível.
Atualmente, o filme de Phillips já anunciou Robert De Niro, Marc Maron e Zazie Beetz. No final de agosto, Alec Baldwin havia se juntado e, em seguida, saiu rapidamente do projeto onde iria interpretar o pai do Batman, Thomas Wayne. (O ator disse ao USA Today que ele tem problemas de "agendamento" e que "tem certeza de que há 25 caras que podem interpretar esse papel".) Mais um pra se arrepender no futuro.
E essa notícia vem em meio aos planos da DC de também trazer de volta o Coringa de Jared Leto, visto pela última vez em Esquadrão Suicida, para um filme no qual o vilão se reuniria com a Harley Quinn, da Margot Robbie.
Então, em vez de achar que duelar com os filmes do Coringa (estrelado por atores cujo os nomes começam com J) pode acelerar o cansaço para com o personagem, a WB/DC parece estar lidando fortemente com a crença de que deveria seguir a lógica dos quadrinhos.
Isso quer dizer: por que não dar aos fãs a chance de mergulhar em uma série de filmes da DC em Universos Paralelos, fora de continuidade, como o antigo selo “Elseworlds”?
A WB/DC não acertou em utilizar a fórmula Disney/Marvel, onde os seus filmes coexistem de forma perfeita. Então a atual equipe criativa vai seguir uma linha mais Disney/Lucasfilm.
Isso porque Star Wars obteve sucesso comercial com seus filmes independentes desde que a Disney trouxe de volta a galáxia de George Lucas em 2015.
Se é pra DC apostar um pouco, por que não tentar a abordagem do Multiverso, e a uma fração do custo? O filme da Phillips, Joker, que será lançado no outono de 2019, tem um orçamento de produção de US$ 55 milhões - muito menos do que o Esquadrão Suicida (US$ 175 milhões) e Batman v Superman (US$ 250 milhões).
O filme de maior sucesso da até então DC Extended Universe foi Mulher Maravilha, que recebeu críticas positivas e arrecadou US$ 822 milhões com um orçamento de produção de US$ 150 milhões. A seqüência deve sair no outono de 2019 também.
Em outras palavras: A Mulher-Maravilha cinematográfica está em sua melhor forma narrativa ao lutar contra o crime livre da companhia de Batman ou Superman.
E isso aponta para o que poderia ser uma estratégia de apostas melhor para o WB/DC: em vez de ir todos os anos nas maiores mesas de Hollywood, por que não perambular para uma série de jogos de apostas menores?
Afinal, mais jogos cinematográficos significam apenas mais Coringas em ação.
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