segunda-feira, 10 de setembro de 2018

POLÍTICA NO MUNDO DOS SUPER-HERÓIS



Por Gabriel Maia
Eu só me calei e fui embora ajudar quem precisa
A HQ “Guerra civil” narra uma divisão no mundo dos heróis onde o Estado tenta se impor na liberdade individual e acaba colocando amigos contra amigos. Stark achava que as pessoas deviam se registrar e se submeter ao governo, Rogers achava que as pessoas deviam ser respeitadas e ter sua liberdade.
No final das contas heróis e vilões praticamente destruíram a cidade em uma luta que perdeu totalmente o sentido.
No meio do conflito, enquanto “heróis” lutavam entre si pelo domínio da razão sobre o outro, Ben Grimm do Quarteto Fantástico, estava fora do combate tentando proteger as pessoas dos poderosos. Ele foi o único a agir como herói preocupando-se mais com os inocentes na linha de fogo do que com a luta em si.
Peter Parker começou achando que Stark tinha razão, mas ao ver como o governo agia como um deus decidindo sobre as vidas de seus companheiros, aderiu ao lado de Rogers. Não é feio mudar de opinião, feio mesmo é estar do lado errado.
E quais os lados? Quem está certo e quem está errado?
Ambos os lados acreditam fielmente estarem certos. É assim em todas as discussões onde o ego se põe à frente da razão, seja na política, religião, ou o que for.
Todos ali se acham os “heróis”, os corretos.

Eu nunca fui de aderir a lados como tantos. Sempre fui de tentar olhar de fora as atitudes, palavras e consequências.
Quando a Grécia, berço da democracia, estava entrando em colapso econômico me perguntei se nós seríamos tão civilizados quanto eles foram naquele momento.

Nosso país caminhou para uma séria crise, e o próximo presidente precisa ser alguém muito preparado para erguer a economia, consertar alguns estragos e trabalhar a união (ou pelo menos acalmar os ânimos) do povo. Esse próximo presidente vai ser odiado, porque está pegando um país à beira do abismo e precisará tomar muitas atitudes antipopulares, e vai demorar para nos recuperarmos.
Faz algum tempo que deixei de discutir muitas coisas, e isso é péssimo pra mim. Se tem uma coisa que eu adoro fazer é conversar. Eu converso sobre tudo, e adoro discutir, ouvir e falar.
Mas faz algum tempo que me calei sobre muitas coisas.

As pessoas andam ao extremo. Se você tem ideias diferentes é excluído do círculo social, se defende alguma ideologia é taxado com algum rótulo pejorativo, se usa uma camisa de algum político pode ser espancado.
Não tenho ideologias para defender, não tenho camisas de políticos, e com certeza não vou agredir ninguém física ou verbalmente por ter ideias diferentes das minhas neste ponto.
Tudo o que eu quero é que meu país saia deste buraco e que as pessoas possam dialogar e encontrar o que tem em comum, em vez do que tem de diferente.

Alguns tem me perguntado por que tenho andado tão quieto ultimamente.

Eu tive que me calar... não faz mais sentido tentar conversar com quem só julga.
Eu tive que me calar... e me voltei ao que sei fazer e realmente importa: ajudar quem precisa de mim.

A exemplo de Steve Rogers eu me rendi, “estávamos ganhando tudo, menos a discussão”.
A exemplo de Ben Grimm, eu fui ajudar quem precisa de ajuda enquanto vocês estão mais preocupados em brigar entre si.

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