quarta-feira, 28 de junho de 2017

BAYWATCH: UM ÓTIMO DIA NA PRAIA



por Eddie Van Feu

As releituras de séries mais antigas são uma faca de dois gumes. Se forem muito fiéis, podem parecer ridículas a uma nova geração que não tem ideia do que é aquilo. Se forem muito diferentes, não agradam aos fãs que poderiam ser um número significativo no cinema. O desafio é atualizar a série sem desrespeitar seus fãs, ao mesmo tempo em que agrada um novo público. Baywatch se saiu muito bem ao trazer para 2017 as aventuras de mulheres lindas que corriam em câmera lenta na famosa série dos anos 90.



Conhecida aqui como SOS Malibu, Baywatch passou na Globo e tinha como protagonista David Hasselhoff. Na atual versão, temos Dwayne Johnson e Zac Efron com uma surpreendente ótima química combatendo uma vilã sinistra na pele da bela Pryanka Chopra.



A história mostra a vida glamourosa de Mitch Buchannon (Dwayne) como salva-vidas super herói e sua equipe de mulheres lindas que correm em câmera lenta. Três novos membros entram em sua equipe. O medalhista olímpico bonitão e autoconfiante Matt Brody (Zac), o nerd gordinho e tímido Ronnie (John Bass) e a belíssima bióloga Summer Quin (Alexandra Daddario). O conflito entre Matt e Dwayne se estabelece assim que ele chega e é o que dá o tempero ao filme. Ouvir todos os apelidos que o personagem de Dwayne dá ao personagem de Zac é hilariante.


Os diálogos são ótimos, bem humorados e muito ágeis em um roteiro que brinca com as características da série ao mesmo tempo em que se mantém interessante. Enquanto Matt sugere diversas vezes que se chame a polícia, Mitch e sua equipe insistem em resolver um caso complicado por conta própria porque é a praia deles. Implausível? Talvez. Mas a série era assim!


A presença de Ronnie é redentora. Ela prova que nem todo mundo precisa ter corpo esculpido no Olimpo para estar ali. Apaixonado por uma mulher paradisíaca, a divertida C. J. Parker (Kelly RohrBach), ele se sente deslocado no meio das beldades, mas não deixa de tentar.


O humor funciona, a ação funciona, o elenco funciona. Despretensioso e simpático, Baywatch merecia continuação, mesmo que eu nunca tenha assistido a série na vida. Seguindo uma onda de homenagens feitas a séries dos anos 80 e 90 em tom mais leve, o filme deve agradar aos fãs e aos marinheiros de primeira viagem. Com visual bonito e boas risadas Baywatch é um ótimo dia na praia, com direito a camarão, céu azul e ondas maneiras. Outra curiosidade: o personagem de Zac Efron é um nadador que ganhou duas medalhas olímpicas das quais muito se orgulha, mas perdeu a medalha no nado com equipe ao cair na gandaia nas Olimpíadas do Rio de Janeiro e vomitar na piscina. Um nadador olímpico sem noção aprontando todas nas Olimpíadas do Rio não chega a ser uma total invenção, se não nos falha a memória.




Para promover o filme, foram filmadas diversas sequências do elenco correndo na praia. Em uma das corridas, Zac Efron caiu, capotou, deu cambalhota e continuou correndo atrás do grupo, gerando diversos memes para a alegria da galera. A sequência acabou sendo usada no filme, assim como outros erros de gravação que ilustravam o clima de bom humor presente nas filmagens. A presença de David Hasselhoff não chega a ser uma surpresa, mas é sempre um prazer. 



Se você vai ao cinema, vá disposto a um bom filme de ação com muito bom humor. Baywatch nunca foi sobre filosofias profundas e dilemas complexos, mas sobre ser herói, fazer mais do que é esperado de você e fazer tudo isso sendo maravilhoso(a). 




Eddie Van Feu adora o Zac Efron, mas acha que ele deve parar de malhar imediatamente antes que ele fique sem pescoço.


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