quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Os filmes do Oscar - BROOKLYN (três indicações)


Por Ricky Nobre


As histórias sobre imigrações, particularmente sobre as diversas comunidades que migraram para os EUA, é um tema vastamente explorado no cinema. Aspectos como os desafios na jornada, o preconceito sofrido e os conflitos culturais são os mais comuns em diversas obras. Brooklyn fala, mais do que de adaptação, sobre pertencimento, sobre ter um lugar no mundo e qual o papel de suas raízes e de suas ações na construção de quem você é. 


Esta produção conjunta entre Irlanda, Inglaterra e Canadá fala de Ellis, jovem irlandesa que, sem perspectivas na pequena cidade onde vive, muda-se para os EUA em 1952 e vai morar no Brooklyn, com a ajuda de um padre (a participação das paróquias não apenas na migração, mas na conexão entre os imigrantes e a terra natal é bastante curiosa). Inicialmente deslocada e profundamente introvertida, onde a falta da mãe e da irmã pesa o coração, Ellis vai se sentindo cada vez mais à vontade e feliz conforme avança no trabalho, estudos e relacionamentos. Um incidente, porém, a deixará numa corda bamba entre sua nova vida e a antiga, na distante Irlanda.


A jovem Saoirse Ronan, a brilhante menina de Desejo e Reparação, domina esse filme simples que causou ótimas impressões por onde passou. Ainda no início de 2015, quando estreou no festival de Sundance, foi aplaudido de pé e arrematado pela Fox para distribuição americana e em outros territórios por vultosos 9 milhões de dólares (que praticamente cobriu o custo de produção de 10 milhões) e, quando estreou em seu país de origem, foi o maior lançamento cinematográfico da Irlanda. De fato, é um bom filme, rodado com bom gosto, porém sem grandes brilhantismos que justifiquem tamanha celeuma. A delicadeza e precisão do trabalho de Ronan pode justificar tamanha simpatia do público, inclusive quando as dúvidas da personagem possam gerar julgamentos por parte de alguns. 


Não há do que reclamar de Brooklyn. É um bom filme e recomendável. Mas daí a melhor filme do ano... já é um salto enooorme...

Detalhe: se puder, evite o trailer. Conta o filme INTEIRO!

INDICAÇÕES AO OSCAR:
Melhor filme
Atriz: Saoirse Ronan
Roteiro adaptado: Nick Hornby, baseado no livro de Colm Tóibín

Um comentário:

Renato Rodrigues disse...

Vimos esse ontem e o sentimento foi justamente esse. Uma história bonitinha e só.... O produtor deve ter feito uma macumba muito boa pra poder entrar no Oscar.