quinta-feira, 22 de março de 2018

CÍRCULO DE FOGO 2; A REVOLTA - ROBÔS, MONSTROS E UM BOM ROTEIRO

Por Eddie Van Feu

New Pacific Rim Uprising Trailer to Debut at New York Comic Con

Em 2013, Pacific Rim chega aos cinemas com direção de Guilhermo Del Toro com uma temática inusitada: robôs gigantes lutando contra monstros. Como alguém cuja infância foi repleta de monstros destruindo cidades de papelão e isopor com Ultraman e Spectreman, e depois ainda pegando a rebarba de Jaspion e Changeman, é CLARO que eu precisava ver esse filme.




E eu que esperava apenas um filme de monstros destruindo Tóquio me surpreendi com um visual muito bacana, um roteiro intrincado, personagens interessantes, pontos de virada empolgantes e uma história inteligente. SIM, e gostei pra caramba de Círculo de Fogo!

Em 2018, temos a sequência, estreando nessa quinta-feira, dia 22 de março, e, apesar de estar empolgada, também fiquei hesitante. A sequência nunca tem a surpresa e o impacto do primeiro. Já sabemos o que esperar. E, dessa vez, haveria um salto no tempo, com personagens novos e alguns poucos aproveitamentos do elenco original. Eu sempre olho torto para esse tipo de premissa.

Guilhermo Del Toro é o produtor e o consultor da concepção visual do filme. Era para ele dirigir, mas quando surgiu a oportunidade de dirigir A Forma da Água, ele pulou para o barco que iria levá-lo ao Oscar (aposto que o Fauno deu a dica pra ele...). Assim, Círculo de Fogo: A Revolta, acabou sendo dirigido pelo estreante Steven S. Deknight, que vem com um currículo super interessante da TV, com Spartacus, Angel: o Caça Vampiros, Demolidor, Dollhouse e Smallville. Ele aproveitou e trouxe das arenas de Spartacus Nick E. Tarabay, Dustin Claire e Daniel Feuerriegel, todos gladiadores conhecidos da série (pra quem viu, Ashur, Gannicus e Agron).


Mas a grande estrela do filme mesmo é John Boyega (de Star Wars e O Círculo), que se sai muito bem em momentos de humor e drama com seu herói relutante que vive à sombra do pai herói. Dos personagens do primeiro filme, temos dois que se tornam importantíssimos na trama e responsáveis por bons momentos. Um destaque especial para Cailee Spainy, que é muito, muito, muito fofa! Ah, sim! E entre os cadetes, achei um amigo meu, Rahart Adams, que fez o bobalhão Sam Comte em Garotos de Lugar Nenhum (simpática série juvenil australiana que passa na Netflix).



Mas vamos ao que interessa. Você quer saber se é bom! Então eu respondo. É! Mas é um filme de monstros e robôs! Então não espere que ele vá filosofar sobre as grandes vicissitudes da vida ou coisa assim. Por outro lado, não espere tão pouco, pois para um filme de cidade sendo destruída, ele segue a cartilha do primeiro trazendo uma trama inteligente com grandes surpresas. As imagens são bonitas e eu me diverti muito.

‘Círculo de Fogo: A Revolta’ ganha trailer ÉPICO cheio de monstros gigantes

Se posso apontar um problema é o filme evitar mostrar pessoas sendo esmagadas, soterradas ou explodidas para ser uma diversão para toda a família. Em um momento em que aparece um monte de gente correndo espavorida nas ruas de Tóquio com monstros à solta, o comando tem a cara de pau de dizer que toda a população está em abrigos e que eles (os robôs) podem brigar à vontade, acabando com o dilema ético de saber que cada movimento seu deve estar matando uns 150 japoneses. Essa política empobrece e esvazia a história. MAS... Se eu quisesse ver realidade eu veria documentários!

mako pacific rim

Fãs de anime tendem a gostar de Círculo de Fogo e vão gostar ainda mais desse que traz um easter egg de Mobile Suit Gundam Wing. Se você está cansado das brigas sem sentido do facebook, está desapontado com os governantes de praticamente todos os países do mundo e gosta de filmes de ação, vai gostar de Círculo de Fogo: a Revolta. Os monstros dos filmes japoneses simbolizavam as intempéries que o país precisava enfrentar para continuar existindo, como terremotos e vulcões. Podemos não ter nem uma coisa nem outra aqui no Brasil, mas certamente temos nossos monstros e é uma boa catarse imaginar um robô gigante que pode bater neles até que eles morram.

Eddie Van Feu é jornnalista e pilotaria um jaeger. Provavelmente morreria em dois segundos, mas pilotaria.


Um comentário:

Gabriel Maia disse...

Eu estava super hesitante também, assim como você, me apaixonei no primeiro. Ficou muito bom.
Vou ver o novo bem mais animado. :D
(E se precisar de um brother para o outro lado da cabeça do robô, Tâmo junto! Hahahahahah ;) )