quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Os filmes do Oscar: SHAUN, O CARNEIRO (uma indicação).

por Ricky Nobre


Houve uma época em que os fãs brasileiros do estúdio de animação inglês Aardman se digladiavam por ingressos para ver alguma mostra de seus curtas uma vez ao ano por ocasião do festival Anima Mundi. O tempo passa, a produtora cresce e longas como A Fuga das Galinhas e Por Água Abaixo ampliam enormemente sua popularidade, antes bem mais restrita ao público inglês que acompanhava seus curtas e séries de TV.


O estúdio especializado em animação em stop motion, que já havia levado ao cinema seus famosos personagens da série de TV Wallace & Gromit, agora traz um longa de outra série, Shaun, The Sheep. Aliás, é fascinante como essa técnica extremamente trabalhosa pareceu sobreviver com mais força do que a tradicional animação desenhada à mão, frente ao domino atual do CGI 3D. Neste caso em particular, foram nada menos do que SEIS anos de trabalho, fotografando os personagens quadro a quadro.


Shaun está profundamente entediado com a rotina da fazenda. Até que tem a brilhante ideia de deixar o patrão dormindo para todos poderem aproveitar um fim de semana sem as chatices do dia a dia. Mas é óbvio que tudo dá errado e Shaun e todos os seus amigos ovelhas e o fiel cão pastor acabarão numa aventura na cidade grande para poderem trazer seu querido fazendeiro de volta. 


Assim como na série, o filme do carneiro Shaun não possui diálogo algum. Quem conhece a série e o estilo da Aardman já está familiarizado com o tipo de humor e narrativa. É um filme extremamente simpático e muito divertido, apostando numa história simples, sem floreios nem tentativas constrangedoras de mensagens edificantes (como acaba acontecendo em alguns exemplares americanos). Frente aos candidatos peso pesadíssimos deste ano, Shaun acaba sendo o grande azarão do Oscar, até mesmo diante do brasileiro O Menino e o Mundo, que tem a vantagem da total ousadia na linguagem e na estética. Mas esqueça o Oscar. Apenas relaxe e dê muito boas risadas com essas ovelhinhas extremamente simpáticas (e um cão antipático também, que ele merece).

INDICAÇÃO AO OSCAR

Melhor longa metragem de animação.

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